segunda-feira, março 28, 2005

O Castelo de Guimarães é mais antigo do que a Sé de Braga

Andando Sem Parar para norte do nosso país vamos dar ao Minho, a província mais verde de Portugal. Uma das razões daquele verde todo é a chuva que por lá costuma cair. Pois. Devia ter-me lembrado disso antes. Como andavamos todos a lamentar a falta de chuva nos últimos meses, agora não me posso queixar que tenha chovido logo nos dias que escolhi ir para o verde Minho. Azar? Talvez não. Aproveitou-se na mesma.
Braga, por estes dias de Semana Santa, estava toda embelezada no sentido de fazer jus ao cognome de capital eclesiástica do país. E cumpriu - para além de a cada esquina se tropeçar numa igreja, as ruas receberam os adereços condizentes com a ocasião e escutava-se em som de fundo uma música que gerava acalmia. Por outro lado, já se sabia que Braga é das cidades mais jovens do país e uma das que mais tem crescido, muito à conta da universidade, certamente. Deu gosto ver tanta gente nas suas ruas e praças, jovens e menos jovens, muitos espanhóis. Um ambiente raro de se ver, pelo menos aqui para a minha terra, com excepção dos shoppings e do Parque das Nações a um domingo à tarde.
Para além das questões ligadas à religião e da visita mais que certa ao Bom Jesus, há que não esquecer que Braga é também considerada a capital do Barroco. O edifício da Câmara Municipal é um bom exemplo do porquê desta consideração.
De Guimarães, a rival do Minho, fiquei com a ideia de que o empenhamento em conservar o centro histórico, que teve como resultado a distinção da Unesco, valeu bem a pena. Fica-se a saber que aquela ideia de cidade onde nasceu a Nação - Castelo e berço do fundador -, tão ao gosto da velha senhora, embora sendo verdade tem muito mais a oferecer a quem a visita. Aos olhos dos turistas (e viajantes) "modernos", mais do que ir em busca de um monumento ou símbolo isolado, pretende-se contemplar e gozar um sítio no seu todo, enquanto legado histórico que chegou aos nossos dias pleno de autenticidade e pronto a ser fruido por quem vive o presente. E é isso que se sente em Guimarães, para além do seu Castelo e da estátua de D. Afonso Henriques. Ao deambular pelas ruas do seu centro histórico, sente-se que ali existe ainda vida.
Um nota final: era feriado - sexta-feira santa - fim de semana alargado, muita gente nas redondezas, um dos conjuntos monásticos mais importantes de Portugal a apenas 4km de Braga, entrada gratuita precisamente por ser feriado e... 5 pessoas a visitar o Mosteiro de Tibães (com visita guiada na ementa).
Para quem possa ter interesse em mais informação sobre o Mosteiro de Tibães é só clicar aqui .

Matecito

A primeira impressão é que é diferente, engraçado. Surge a curiosidade porque aproxima-se muito de um ritual. Um ritual social.
A primeira vez que provei mate foi no Nordeste do Brasil. Não é uma bebida típica desta região, no entanto, quem estava a beber era um grupo de pessoas naturais de uma das regiões – sul do Brasil - que tem o mate como bebida típica (o famoso chimarrão). Mas foi sobretudo na Argentina que percebi que o mate é uma bebida cultural (embora também o seja no Paraguai e Uruguai). Se aos Irlandeses se associa a cerveja e aos Escoceses o uísque, na Argentina a bebida nacional é o mate.
Na Argentina é comum as pessoas fazerem-se acompanhar pelo seu matecito, o que faz com que seja um fenómeno cultural. Quando se bebe mate em grupo é comum partilhar-se a bombilla, e chega a ser uma ofensa quando oferecem e não se aceita.
O mate é uma erva, uma espécie de chá, que pode ser usado como qualquer tipo de chá. Quente ou frio. Mas a forma mais típica é colocar num copo característico (chamado também de mate pelos argentinos e cuia pelos brasileiros), que normalmente é de madeira e metal, a erva mate e juntar água quente. Depois utiliza-se a bombilla, que é um cachimbo de metal, para filtrar e puxar o mate. E a seguir é saborear. Por vezes é amargo, outras doce. Tudo depende da preparação e do gosto de cada um.
Para saber mais ver http://www.alu.ua.es/a/amfc2/