quinta-feira, dezembro 27, 2007

Apenas um Desabafo por Benazir

De carro, no caminho para casa para almoçar, procurava mentalmente chegar à conclusão se o ano de 2007 que agora acaba teria sido um bom ano para mim ou não.
Ainda bem que não ia sintonizada no rádio da TSF; se o fosse, apesar de ter chegado nesse momento imediatamente a uma conclusão, teria tido um choque.
Tive o choque na mesma, minutos mais tarde, quando vi as breaking news na tv.
Como explicar – para os outros mas também para mim mesma – a dor e o sentimento de angústia, desolação e tristeza com a morte de alguém tão distante e que nem sequer se conhece, mas que se admira profundamente sem que (quase) se encontre reais motivos para tal?
Não me interessa com quem o PPP concorrerá às eleições, se haverá eleições ou se voltará o estado de emergência ao Paquistão; não me interessa o caminho que o país, aquela zona do globo ou o mundo irá tomar agora; não me interessa se a democracia populista sai a perder, se o fanatismo de alguns venceu mais uma batalha; não me interessa sequer se a dinastia Bhutto voltará ao poder no Paquistão; interessa-me, sim, saber como lidar com a devastação de quem sofre sozinha por ver partir um dos seus símbolos.

segunda-feira, dezembro 17, 2007

Warhol Sobre Warhol


Auto-retrato em Drag - La Casa Encendida

Pinturas Rainha Sofia


Guernica - Pablo Picasso



El Gran Masturbador - Salvador Dali

Pinturas Prado


As Meninas - Diego Velásquez



Jardim das Delícias - Hieronymus Bosch

Madrid Arrasa



O que mais surpreende quando se vai de Lisboa a Madrid é a intensa vida na rua que esta última cidade possui. Seja dia de semana, seja fim-de-semana, vê-se gente nas ruas. Ou, para ser mais correcta, vê-se muita gente nas ruas. Tantos são os corpos e cabeças que ocupam as calles do centro da capital espanhola que não se chega a ver o chão que vamos pisando e, muitas das vezes, sobre ele levitando, tentando fugir a um empurrão daqui e a um empurrão dali.
O pretexto da deslocação do fim-de-semana passado a Madrid era o de ver a exposição de Paula Rego no Rainha Sofia, aproveitando ainda para caminhar pelas suas ruas e jantar em alguns restaurantes da moda.
Apenas desculpas para se passear.
A correr, claro está.
Mas valeu a pena.

Chegadas a Madrid de avião deparamo-nos logo com um must da arquitectura contemporânea. O fantástico Terminal 4 do aeroporto de Barajas, obra do arquitecto Richard Rogers, inaugurado em 2006. As formas ondulantes do seu desenho, os corredores espaçosos e luminosos pelo sol que por lá vai irrompendo, possibilita-nos encarar as longas secas de aeroporto com outro espírito.
Depois, temos o metro ali mesmo em baixo. São 45-50 minutos até à bem central Portas do Sol.

Para o primeiro dia, que graças ao nevoeiro matinal de Madrid naquele dia e/ou aos tradicionais atrasos da Portela se transformou apenas em tarde, optámos por simplesmente caminhar.



É quase sempre um bom programa urbano, andar despreocupadamente pelas ruas fora, envolvendo-nos na multidão, observando os jeitos peculiares dos “nuestros hermanos”, deitando uma olhadela às montras fechadas do dia feriado, entrando sem compromisso nas outras muitas lojas que mesmo assim se encontravam abertas.
E, principalmente, mesmo sabendo que o tempo escasseava, entrar no metro para fazer meia dúzia de estações apenas para ir comer um gelado à Bajo Cero http://www.bajocero.es/ , na Glorieta Quevedo, bem lá no fim da Calle Fuencarral, a qual percorremos por inteiro de volta ao Centro, desembocando na Gran Via.
Depois do saboroso gelado (e dos bolos e chocolates que comemos com os olhos) naquela pastelaria com um ambiente bonito e agradável, a volta à confusão. Entrámos no Museo Chicote http://www.museo-chicote.com/, lendário café-bar da Gran Via, antigo poiso da nata da cultura espanhola e internacional que fazia questão de por lá dar uma saltada, como documentam as fotos espalhadas pelas suas paredes. A estadia foi rápida – o fumo do tabaco era tanto e tão inclemente que nos fez dar meia volta (e nenhuma de nós anda perto de ser fundamentalista ou sequer esquisitinha com esta questão). Mas deu para pelo menos 2 conclusões: uma primeira, em vésperas de entrada em vigor da nova lei do tabaco no nosso país, é curioso verificar que muitos estabelecimentos de restauração em Madrid fazem questão de ter bem visível à entrada a inscrição “aqui pode fumar-se”; uma segunda, embora fossem mais do que muitas as pessoas nas ruas, fosse a caminhar para lá e para cá, a entrar nas lojas, na fila para o teatro ou o cinema ou para comprar o “El Gordo”, eram também mais do que muitas aquelas que optavam por estar nos cafés.
Ah! O dolce fare niente citadino!


Outra constatação: cada bairro parece ser frequentado por uma fauna diferente. Enquanto que a Gran Via será o local onde todos se encontram, em Malasaña ficam as lojas e as pessoas mais alternativas, na Chueca a liberdade acima de tudo, com parezinhos de mãos dadas sem atender a qualquer distinção de sexo, em Lavapiés os símbolos chineses predominam nas ruas preenchidas com muçulmanos, africanos e sul-americanos, em La Latina junta-se a gente bonita, em Recoletos, no Passeio del Prado, a gente culta ou, pelo menos, com algum gosto pela arte, e, por fim, no Centro, mais propriamente Puerta del Sol e Plaza Mayor fica o resto. Qual resto? Aquele que tem a infelicidade de, ao contrário dos lisboetas, não ter shopping centers para onde ir refugiar-se (apesar de ter múltiplos e megas Corte Inglês).


Não consigo descrever a minha irritação por, mais uma vez, não ver a Plaza Mayor livre de bancas pindéricas de feira popular, com uma multidão propositadamente feiamente enfeitada com cabeleiras e cílios postiços, com adereços sonoros tristemente inesquecíveis. Provavelmente, o problema será meu – o de não gostar de feiras e o de escolher visitar Madrid em altura de festa. Ou será que haverá alguma altura do ano em que esta cidade não estará em festa?

Os jantares ficaram reservados para o Wagaboo num dia e o Olsen no outro. Com alguma pena, opções não dão para tudo, desta vez nada de tapas (mas a título de informação, houve bocadillos de presunto).
No Wagaboo http://www.wagaboo.com/, local do primeiro jantar, na Chueca (mas há em mais direcções), a comida é algo exótica, dominada pelos gostos orientais mas com alguns pratos com influência de outras latitudes. Vemos directamente os cozinheiros a esticar a massa que há de vir para o nosso prato, a decoração é simples, de bom gosto e extremamente agradável, e, para completar o ramalhete, os preços da refeição não são nada caros. O que é que isto quer dizer? Que os pratos andam na ordem dos 8-11 Euros.
No outro jantar fomos ao Olsen http://www.olsenmadrid.com/, bem perto da Plaza Santa Ana, onde ficava o nosso barulhento Hotel Miau. Aqui já não se pode afirmar que os preços sejam baratos. Os pratos vão dos 16 Euros em diante, com sobremesas a 7 Euros, mas a comida de influência nórdica é bem confeccionada e vale igualmente a pena pelo ambiente despojado mas muito fashion do restaurante. Ainda que a luz seja escassa (é mesmo escassa), o que não vem a calhar para fulanas míopes como eu.

O dia seguinte, domingo, foi dedicado aos museus.
Primeiro o Rainha Sofia, depois a Casa Encendida e, por fim, o Prado. Tivesse o dia mais do que 24 horas e os seres humanos pernas e disponibilidade mental para tanta oferta cultural e teríamos ainda ido ao Thyssen-Bornemisza. E isto sem precisarmos de percorrer mais do que 1 km entre cada um deles.

No Rainha Sofia http://www.museoreinasofia.es/ encontra-se até ao fim do ano uma exposição retrospectiva dedicada a Paula Rego. Ao nosso lado, vendo as pinturas da nossa compatriota, estava, entre alguns outros portugueses, uma que chamava a atenção pelo cargo ministerial que ocupa. Nada menos do que Isabel Pires de Lima, a nossa actual ministra da cultura, tantas vezes acusada de não dedicar a devida atenção aos artistas portugueses, ou porque não foi à inauguração de não sei o quê do Saramago, ou porque não foi à inauguração de não sei o quê do Miguel Torga, ou por só se preocupar com os pechisbeques russos. Parece que não será bem assim, se calhar não gosta é de inaugurações e depois, com mais calma, lá acaba por comparecer. Ou será que Paula Rego é inglesa?
Voltando à exposição, gostei de ver as suas obras, abarcando vários períodos da sua pintura, desde a década de 50 até hoje. Estão lá alguns quadros mais representativos, como a série do Aborto ou aquele da Mulher-Cão, e deu para ver que as figuras que retrata se foram tornando mais e mais agressivas ao longo dos tempos.
E depois, claro, o Rainha Sofia é a casa do Guernica de Pablo Picasso, provavelmente o quadro mais tocante de todos, e não só pela sua enorme dimensão. Para além de umas quantas obras de Picasso, encontramos também Dali, Miró, isso para não citar mais uma mão cheia de excelentes artistas espanhóis (ao lado de mais uns poucos estrangeiros) que ocupam os 2 pisos dedicados à colecção permanente deste museu. Para além disso, existe ainda mais 1 piso no edifício antigo para exposições temporárias e ainda a ampliação do museu inaugurada em 2005.



A nova estrutura, projectada pelo arquitecto Jean Nouvel, tem uma praça com uma escultura de Roy Lichtenstein que se abre à cidade, com a estação da Atocha em frente. Acolhe mais exposições temporárias (é lá que está a Paula Rego), uma livraria, biblioteca e um bar / restaurante – Arola (nome do reputado chefe espanhol) – com um design futurista mas altamente confortável onde os tons vermelhos abundam.

Seguiu-se o La Casa Encendida http://www.lacasaencendida.com/, a umas poucas centenas de metros do Rainha Sofia. Este espaço é um centro social e cultural da Caja de Madrid que tem como preocupação expor e oferecer cursos nas áreas não só da cultura como também do meio ambiente e da solidariedade. Por esta altura e até meados de Janeiro é possível ver-se lá a exposição “Warhol sobre Warhol”. São-nos apresentadas pinturas, fotos e vídeos do americano que obteve muito mais do que 15 minutos de fama, com a intenção de nos oferecer um Andy Warhol não tão conhecido (impressionante a sua foto de tronco nu com as sequelas da tentativa de assassinato de que foi vitima). Ao lado de uma série de auto-retratos (o americano adorava tirar fotos a si próprio nas mais variadas situações), entre os quais Warhol travestido de drag, encontramos aqui também algumas imagens bastante populares da Elizabeth Taylor, da Marilyn Monroe e do Mick Jagger.

E, por fim, veio o Prado http://museoprado.mcu.es/.
A partir das 17:00 de domingo a entrada é gratuita daí que o tamanho da fila e o tempo de espera fossem inacreditáveis – uns 200 metros e quase 1 hora de espera.
O mais famoso museu espanhol acolhe pinturas e esculturas de artistas europeus desde o século XII até ao século XIX, mais concretamente até 1881, data do nascimento de Pablo Picasso, sendo que a partir daqui as obras espanholas estão expostas no vizinho Museu Rainha Sofia, dedicado à arte contemporânea.
O museu é imenso e 1 dia inteiro a ele dedicado não será demais. É fácil perdermo-nos pelas suas inúmeras salas, para o que ainda mais veio contribuir a sua ampliação. Efectivamente, foi o que me aconteceu na ânsia de observar um fantástico Bosch (a quem os espanhóis tratam por El Bosco) que por lá mora, enquanto a mana e a mamã descansavam numa outra ala do edifício. Eu estava igualmente de rastos daí que tenha passado a correr pela esmagadora maioria das obras, apenas dedicando algum tempo às “Meninas” de Velásquez. A verdade é que, à parte o cansaço, a arte desta época não é o meu forte; todavia, não podia deixar passar novamente Madrid sem uma ida ao Prado e uma olhadela aos seus infinitos Velásquez, Goya, El Greco, De Ribera e outras obras de arte da escola italiana e holandesa.

Cá fora, o frio e as iluminações faziam questão de nos lembrar a época do ano em que estamos.
E vivam os feriados e as festas. E vivam os passeios.

sábado, dezembro 08, 2007

De Fátima para a Batalha

Passada a modernidade da Igreja da Santíssima Trindade, em Fátima, aportemos na antiguidade do Mosteiro da Batalha, declarado património mundial pela Unesco em 1983.
O antigo mosteiro dominicano foi mandado construir por D. João I como agradecimento à Virgem Maria pela vitória na batalha de Aljubarrota, tendo as suas obras tido início logo no ano seguinte, em 1386, e durado mais de um século, apenas terminando em 1517, já no reinado de D. Manuel I.
A sua arquitectura é de estilo gótico com misturas de manuelino.
Aqui a exuberância é rainha, quer nos pormenores decorativos nas fachadas, quer na imensa altura das naves interiores da igreja, quer na enormidade dos túmulos onde descansam D. João e D. Leonor, quer na cobertura a céu aberto do topo das Capelas Imperfeitas, quer nos rendilhados dos arcos dos claustros.
Passeio corriqueiro nas visitas de estudo da escola, é obrigatório o retorno em momento das nossas vidas mais maduro que nos possibilite contemplar toda esta delicadeza nos adornos, não nos deixando de perguntar como conseguiram os nossos antepassados construir todo este monumento.
Sem mais palavras, eis algumas fotos.





sexta-feira, dezembro 07, 2007

Igreja Santíssima Trindade

Prévia declaração de intenções:
Não sou católica nem tenho qualquer outra religião e pouco entendo das escrituras e mandamentos sagrados. Tenho, isso sim, algum preconceito em relação à "nossa" igreja e, em geral, às peças do rebanho que comanda. Nomeadamente, impressiona-me alguma hipocrisia e as mentes pouco abertas.
Dito isto, no passado fim-de-semana fui a Fátima ver a nova igreja que tomou o nome de Santíssima Trindade.
Nunca antes havia estado no santuário. Gostei do que vi, no que aos novos elementos arquitectónicos e artísticos diz respeito.
No entanto, os comentários que se ouviam das muitas pessoas que por lá estavam não iam no mesmo sentido.


“Que simplicidade”, “sempre a mesma coisa”, “chapa 5”, foram algumas considerações após uma descida ao espaço da “Reconciliação”, onde estão instaladas umas quantas capelas absolutamente pacificas (para mim, claro está) nas linhas direitas e despojadas do seu desenho. E acolhedoras, que é o que se exige num espaço destes.


No átrio que dá acesso a estas capelas encontram-se uns painéis de azulejos com figuras traçadas por Siza Vieira.


Todavia, a maioria dos mimos ia direitinha para a “Cruz Alta”, escultura com 34m de altura em aço corten da autoria do alemão Robert Schad. Mais uma vez, não posso estar em maior desacordo. Este foi, aliás, o aspecto que mais me seduziu em todo o santuário. Agradou-me como o artista conseguiu criar de uma forma deveras original o símbolo de Cristo na cruz com umas poucas variações de linhas rectas. Mais uma vez, as linhas direitas, a simplicidade. Porém, existem algumas perspectivas em que as formas dos pés, joelhos, mãos, braços e cabeça não são totalmente evidentes.


Outro dos pontos altos é o conjunto de painéis em bronze na porta principal criados por Pedro Calapez.


E, por fim, vamos ao princípio e ao principal – a igreja da Santíssima Trindade em si.
Obra do arquitecto grego Alexandros Tombazis, tem 12 portas de entrada (fora a principal, dedicada a Cristo), uma por cada um dos apóstolos, com passagens da Biblia alusivas a cada um deles. A igreja ganhou formato circular e comporta cerca de 9000 pessoas sentadas. É a 4.ª maior do mundo e uma vez lá entrando a dificuldade é acreditar que possam existir igrejas ainda maiores. Parece que estamos dentro de um teatro, com o palco lá em baixo.




E lá em baixo fica o presbitério, com um mural de 500m2 em ouro e terracota, com milhares de pequenos mosaicos em ouro. Obra de um jesuíta esloveno de nome Marko Ivan Rupnik.


Aqui encontramos, ainda, um crucifixo de 7,5 metros da irlandesa Catherine Green. Dada a imagem do rosto e corpo algo dura de Cristo na cruz, nada usual, esta obra é outro dos alvos de estimação das críticas dos fiéis.


Lá do outro lado do santuário, frente a frente com a nova igreja, fica a Basílica de Nossa Senhora do Rosário, edifício que, mais uma vez impressiona. De traço tradicional, aqui a surpresa é deparar-nos, pode dizer-se sem ponta de exagero, com a exiguidade do espaço. Isto por que nos habituámos desde há muitos anos a assistir ao fenómeno das multidões que para lá acorrem em peregrinação – escassas dessas pessoas serão as que lá conseguirão entrar e ainda mais escassas as que lá conseguirão permanecer.
Outro aspecto verdadeiramente impressionante – este de um ponto vista sociológico – é observar o martírio daqueles que se arrastam de joelhos de uma ponta à outra do santuário vindos sabe-se lá de onde.
Impossível deixar de me emocionar com o sacrifício alheio a que chamam fé.

segunda-feira, dezembro 03, 2007

Castelo de Almourol



O Castelo de Almourol, situado no concelho de Vila Nova da Barquinha, e erigido numa pequena ilha do Rio Tejo, pode até ter falhado por pouco a eleição doméstica das nossas 7 maravilhas. Mas o que não falha certamente são as inúmeras excursões de estudantes e velhotes que para ali se deslocam em bando para conhecer aquele que será o mais pitoresco castelo português.
Este local teve ocupação dos Visigodos e dos Muçulmanos, tendo estes últimos construído a fortificação, denominando-a de “Al-morolan”, que significa “pedra alta”.
Após a sua conquista pelo nosso D. Afonso Henriques, o castelo foi entregue à Ordem dos Templários e estes reconstruíram-no por volta de 1171, adaptando-o às características arquitectónicas dos seus edifícios (espaços de planta quadrangular, muralhas elevadas, torre de menagem).
Após a influência da Ordem dos Templários, o Castelo de Almourol passou para a administração da Ordem de Cristo, sofreu sérios danos com o terramoto de 1755, foi objecto de diversas intervenções descaracterizadoras, passou para a alçada do exército, foi palco de recepções enquanto residência oficial da república portuguesa durante os anos 40 e 50, tornou-se o primeiro monumento português no Second Life e, hoje, à parte o mundo virtual, recebe os visitantes que por ali desejam deambular.



Começamos por apanhar um barquito no pequeno ancoradouro e antes de desembarcarmos na ilha fazemos uma circum-navegação pelo rio para melhor apreciarmos os pormenores externos da ilha e castelo, incluindo os maravilhosos reflexos na água.
A subida ao castelo, e designadamente à sua torre, é imperdível. A sensação de ser-se actor numa história dos tempos medievais, carregado de nobres e servos da gleba, com o clero sempre à espreita, é real.
O Tejo calmo e profundo lá em baixo mais não faz do que reforçar essa realidade. Não faltam sequer umas canoas remadas animadamente por uns miúdos, mas que fingimos imaginar ocupadas por uns mouros que vêem invadir o nosso castelo.
Um bom passeio onde aliamos a história ao idílio da paisagem.