sexta-feira, outubro 19, 2012

Corto Maltese em Évora


O meu aventureiro preferido pode ser visto na Fundação Eugénio de Almeida em Évora.
À distância de um curto olhar, ficamo-nos com 51 desenhos do génio criador Hugo Pratt.
E deixamo-nos viajar, pelas paragens distantes que o marinheiro fez suas e pelas personagens que foi encontrando e que adoptou como companheiros.

domingo, outubro 14, 2012

Nadar no Tejo

 Ainda não tenho estaleca para me aventurar na distância olimpíca do Triatlo, por isso não acompanhei este cardume no Tejo. Mas fui no cardume anterior, cerca de 300 metros de braçadas e pernadas com o bónus de vir para cá a respirar para a direita e ver a Torre de Belém de outro ângulo. Depois de pedalar e correr e reparar que destrui o meu fato à conta de uma mega-ferida na perna que me vai deixar fora de água por uns bons tempos, juntei-me ao público para tirar umas fotos ao pessoal a quem espero em breve me juntar. Bons treinos o permitam.



Pena


Manhã de sábado nublado em Lisboa não indicia nada de bom para Sintra, mas com o microclima da serra nunca se sabe.


Desta vez não houve diferenças no tempo. Olhar para o Palácio da Pena e não vislumbrar mais do que uma ideia das torres do palacete e nem chegar a imaginar as suas cores vivas é um murro no estômago. Mas, viajante que se preza é paciente até nas redondezas da sua casa, e com isso tem a recompensa de ver o sol abrir. Obrigada clima de Sintra.


O Palácio da Pena foi mandado recuperar no século XVIII por D. Fernando II, o rei consorte por via do casamento com D. Maria II. Instalado a 500 metros de altitude, no topo da serra de Sintra, o projecto de arquitectura aproveitou parte das ruínas do antigo mosteiro de Jerónimo de Nossa Sra da Pena, e foi buscar inspiração nos palácios da Baviera. É o maior exemplo da arquitectura romântica em Portugal, mas nele convivem alegremente motivos mouriscos, góticos e manuelinos. As torres, e um pouco por ali e aqui, deixe o clima ou não, são cheias de cores e fantasia.


Depois, encontramos ainda na sua fachada, a par dos brasões da ordem, uns bonitos azulejos e, abrindo caminho para o Pátio dos Arcos onde se obtém uma vista fabulosa para o Atlântico, um rosto de Tritão que nos tenta assustar. No meio de tanta beleza neste castelo de fadas, não o consegue.

A visita ao interior do Palácio começa pela entrada pelos claustros, pequenos e aconchegantes, lindos, numa palavra. Depois vamos percorrendo as salas, sejam as que foram dedicadas ao atelier de D. Carlos, seja o quarto do camareiro, seja o de vestir da rainha (D. Amélia foi a última que por cá passou e utilizava o Palácio como residência de Verão), seja o da sala árabe, ou qualquer um outro com mobiliário e motivos da época.
Para além do Palácio, o parque e toda a serra que o envolve são também eles uma maravilha que merece ser percorrida caminhando sem pressas. Infelizmente não foi o caso deste sábado. Ainda assim, pegámos no carro e demos a volta até ao Chalet da Condessa de Edla, recentemente recuperado. A condessa suíça, de nome Elise Hensler, cantora de ópera e mãe solteira, viria a tornar-se a segunda mulher de D. Fernando II e após a morte deste herdou o Palácio da Pena. Antes, porém, juntos mandaram construir o dito Chalet e jardim, a 30 minutos a pé da Pena, por entre lagos e espécies botânicas em abundância.


A sua localização é estratégica e pretendia D. Fernando com ela um local de maior recato e longe da corte. No entanto, desde os imensos e formosos blocos de granito vizinhos ao Chalet, a Pena fica, majestosa e bela, a uma curta mirada.


O Chalet em si, construído entre 1864 e 1869, teve por modelo os chalets dos Alpes. Em estilo romântico, o edifício é em madeira e utiliza a cortiça como motivos decorativos. O castanho da cortiça e o verde do jardim ficam perfeitos com o amarelado do Chalet, de dois pisos, no qual o interior tem apenas ainda uma sala recuperada – a sala das heras. As obras do Chalet continuam ainda, mas só pelo seu exterior e enquadramento vale uma visita, de preferência conjunta com a Pena.