sexta-feira, março 25, 2016

História da Índia

A história da Índia não é fácil de percorrer, seja porque nos faz ir lá bem atrás, seja porque nos deparamos logo com a pergunta "de que território estamos a tratar?".
Ainda assim, arrisco um breve apanhado da história da Índia até à partição.
Links aqui aqui.

domingo, março 13, 2016

Banda Sonora para a Índia



Eis uma playlist de algumas das músicas que nos têm acompanhado e nos vão acompanhar nos próximos dias.
Uma verdadeira mistura de sons, tal como imaginamos que nos aguardará uma mistura de cores, cheiros, sabores e experiências.
Para ser mais fácil a adaptação começamos com Tattva, uma música de uns britânicos cativados pelos sons e espiritualidade indiana. 
Seguimos com Viva la Goa, ritmos calientes também familiares. 
Depois músicas tradicionais goesas onde são fáceis de reconhecer influências portuguesas, quer nos nomes quer na sonoridade.
Segue-se uma ruptura absoluta e a loucura toma-nos, seja pelos ritmos e incompreensíveis palavras, seja pela intensidade do trance goês.
Obviamente, as músicas do cinema Bollywood não podiam deixar de marcar presença e inundam a segunda parte desta compilação musical das Bebinca's Trio.

quinta-feira, março 10, 2016

Berlim é...

...para além do já referido, a Ilha dos Museus, com os seus extraordinários museus, como o Pergamon, onde podemos admirar, entre outras preciosidades, a Porta de Ishtar (o altar de Pergamon só volta a estar disponível em 2019), e o Neues Museum, casa da belíssima Nefertiti.
Deliciarmo-nos com as cores do fim de tarde na Catedral de Berlim.
 
 
Deslumbrarmo-nos com outros excelentes museus como a Gemaldegalerie, com os seus Botticelli, Rubens, Vermeer e Rembrandt, e o excêntrico Sammlung Boros, instalado num bunker da 2ª Guerra Mundial.
Irmos à Kulturforum, onde fica a Neue Nationalgalerie do Mies Van der Rohe, fechada por uns tempos, e a Berliner Philharmonie.
 
 

Avistarmos a Fernsehturm, a torre da televisão, sempre omnipresente.
 
 
 
 
Recuarmos no tempo na Alexanderplatz.
 

Tentar dizer bem Schlesische Strasse e não conseguir.
Darmos com as infraestruturas acima do solo na ex-Berlim Oriental.
 
 
 
Apreciar a arquitectura do quarteirão governamental à beira do Spree, nomeadamente os edifícios Paul-Löbe-Haus e Marie-Elisabeth-Lünders-Haus.
 


Juntarmo-nos à multidão nas Portas de Brandemburgo.
 

Admirarmos a obra de Frank Gehry que invadiu esplendorosamente o DZ Bank.


O Tiergarten, despido e castanho pelo frio do Inverno. Curioso pensar que o Inverno faz às árvores o mesmo que o Verão faz às pessoas.
 
 
Deambularmos pela belíssima praça Gendarmenmarkt.

 
Perdermo-nos com os chocolates da Fassbender & Rausch.
 
 
Percorrer a Unter den Linden.
Continuar a não conseguir dizer bem Schlesische Strasse.
Darmos inesperadamente com o Bonjour Tristesse, de Siza Vieira.
 
 
Perdermo-nos com as cores, aromas e sabores do Mercado Turco em Kreuzberg.
 

 
Comermos nos múltiplos restaurantes étnicos, desde os turcos de Kreuzberg aos vietnamitas do Mitte.
Andarmos pelas margens do rio Spree.
 

Comermos currywurst sempre que a fome aperta.


Deslumbrarmo-nos com a fachada da Neue Synagoge, em Scheunenviertel.

 

Perdermo-nos pelas lojas, galerias e cafés dos pátios interligados da Hackesche Hofe.


Deambularmos pela City West.
Entrarmos na KaDeWe e ficarmos com água na boca no interminavelmente delicioso sector da alimentação.
Percorrermos a Kurfurstendamm, Kudam para os amigos.
Darmos com a Kaiser-Wilhelm-Gedächtniskirche, a igreja bombardeada.
 
 
Irmos às compras no fantástico Bikini Berlin.
Atravessarmos as ruas na presença do Ampelmann, o bonequinho dos semáforos criados em 1961 na Alemanha Oriental.

 
Cruzarmo-nos frequentemente com arte urbana. 

 
Revivermos momentos gloriosos no Estádio Olímpico.
 

 
Continuar sem conseguir dizer Schlesische Strasse e outras palavras alemãs.
Definitivamente terei que voltar a Berlim.

quarta-feira, março 09, 2016

Berlim, Arte Urbana Em Cada Esquina

Berlim, apesar de todas as contrariedades e dramas históricos, é actualmente uma cidade onde se respira liberdade. Há um clima de abertura e tolerância que incentiva a experimentação e é responsável pela promoção de uma subcultura artística, a qual se expressa de diversas formas, nomeadamente no desenvolvimento de arte urbana.
A arte, nas suas várias dimensões, tem a grande virtude de oferecer visões alternativas do mundo e, assim, criar utopias.
Essa efervescência artística em Berlim tem um momento fundamental quando após a queda do Muro, no início dos anos 90, artistas transformaram um edifício abandonado num marco da cena artística alternativa de Berlim e com isso salvaram o edifício da demolição. Esse é o início da história de Tacheles, um espaço cultural e de arte alternativa, que durante cerca de 20 anos foi responsável pela criação de um mundo utópico paralelo.
 

Lembro-me de em 1998, aquando a minha primeira visita a Berlim, ficar fascinada com o ambiente artístico carregado de subversão, liberdade e experimentalismo que se vivia em Tacheles. Aquele ambiente caótico e apocalíptico era magnético. Tacheles criou uma visão criativa anarquista, plena de liberdade social. Contudo, o que aquele espaço sempre contrariou, o mainstream e a racionalidade do capital, foi responsável pelo seu fim. Tacheles sucumbiu à marcha inexorável do capitalismo alemão.
 
 
Foi, no entanto, enquanto durou, uma experimentação do poder da imaginação, que ficará na memória colectiva durante anos. Por outro lado, criou tendências em espaços abandonados e ainda a salvo da gentrificação urbana. Exemplo disso é a RAW Gemalde, em Friedrichshain, um espaço igualmente caótico, mas pleno de experimentalismo e criatividade artística. Para além da arte urbana espalhada pelos antigos edifícios industriais, há espaços informais versáteis e permeáveis a qualquer uso.





Aquele espaço tanto se assemelha a um local fantasma, como no momento seguinte alberga um concerto, outro espectáculo, um evento de street food (na Neueheimat) ou outra coisa qualquer que crie uma dinâmica própria.
 

Bem próximo do Urban Spree, contíguo à RAW, numa noite gelada, quando regressávamos do Skatehalle Berlin, um skatepark indoor, uma fila de pessoas esperava heroicamente para entrar no Astra Kulturhaus onde iria actuar Skunk Anansie. É de surpresas e situações inusitadas que são feitos estes lugares, que emanam um charme apocalíptico contagiante.






 

Ainda em Friedrichshain, na Boxhagener Strasse, encontramos o Diary / Guestbook. Num dos lados do cinema Intimes, encontramos uma parede com uma profusão imensa de trabalhos. O nome Diary / Guestbook deve-se ao conceito de ser um espaço em permanente mudança.





Enquanto o poder económico não se sobrepuser, estes territórios sobreviverão.
Contudo, ironicamente, é o lado artístico e subversivo destas áreas que, por vezes, as valoriza e as torna apetecíveis. Conscientes disso, os intervenientes directos da produção artística urbana chegam a preferir destruir a sua arte de rua do que deixá-la contribuir para o processo de valorização e especulação do lugar. Foi o que aconteceu em Schlesisches Tor, Kreuzberg, onde Blu, artista italiano de street art, pintou de preto o seu mural  Take Off That Mask & Shackled By Time, o qual era considerado um dos murais mais emblemático de Berlim.
Apesar desta perda, Kreuzberg, Friedrichshain e Neukölln continuam a congregar diversidade e criatividade artística e a serem locais onde as tendências futuras da street art são gizadas. De tal forma que Berlim é considerada a capital mundial da arte urbana e os seus mais emblemáticos artistas têm ali a sua marca. 
Não esquecer que Berlim tem o maior mural do mundo, os 1,3 km do Murro de Berlim, correspondente à East Side Gallery.
Do outro lado do rio Spree, em Kreuzberg, encontramos alguns dos nomes maiores da arte urbana, como Blu, com o seu Leviathan.
 


Também damos com o Yellow Man dos manos brasileiros Os Gemeos.




No outro lado da mesma rua com a obra Rounded Heads de Nomad.


Ainda em Kreuzberg, cruzamo-nos com Two Landscapes, de Agostino Iacurci, criado pelo 25º aniversário da queda do Muro e que representa os aspectos humanos da reunificação.
 

No início da Skalitzer Strasse fica a Nature Morte de ROA.


Também na Skalitzer Strasse o Astronaut de Victor Ash.


Em Neukölln, fica uma das obras do projecto The Wrinkles of the City! do francês JR.


Muitos outros artistas de street art têm a sua obra espalhada pela cidade. Talentos locais, como El Bocho, podem ser encontrados em Friedrichshain e em Hackesche Höfe.
 
 


Até espaços aparentemente mais arrumadinhos como a Hackesche Höfe, no Mitte, têm um recanto em que a liberdade de expressão artística tem todo o espaço.












 
Berlim é o lugar. Para quem quer fazer obra artística e para quem, como eu, quer e adora admirar este  tipo de arte.
Não pensem mais.
 
 
Vamos voar até lá.
 

E dançar com a liberdade artística que ali se vive.