Frequentemente
no nosso dia-a-dia cruzamo-nos com imagens que nos agradam e que nos fazem
sonhar.
Antes
acontecia quando viajávamos pelas páginas das revistas de viagens. Hoje, na era
instantânea digital, é só abrirmos o Instagram.
Ali, a um deslizar do dedo, estão os destinos maravilhosos que nos vão
inquietar.
O que
fazemos quando nos cruzamos com esses locais?
No meu
caso, registo nas minhas notas das coisas a fazer e aguardo pelo momento. O
momento chegará. Umas vezes mais rápido do que outras.
Esta conversa
vem a propósito de um dia me ter cruzado com duas imagens semelhantes a estas
no Instagram.
Paixão
imediata.
A viagem à
Sicília correspondeu ao momento de conhecer estes dois destinos apontados no
bloco de notas. Riserva Naturale dello Zingaro e Spiaggia dei Faraglioni em Scopello,
respectivamente.
Ambos se localizam
próximo de San Vito Lo Capo, que se situa na ponta noroeste da Sicília, junto
ao cabo (capo) homónimo e está rodeada de montes imponentes, como o Mónaco, e
de águas azuis turquesas divinais.
É uma
vila costeira, cujo núcleo urbano apresenta uma arquitectura simples, em tons
de branco e com pontos de contacto com a do norte de África.
É famosa pelas
praias da envolvente e por ser a capital do couscous, sendo que todos os meses
de Setembro decorre um festival deste cereal. A nossa estadia coincidiu com o
evento, pelo que tivemos a oportunidade de o vivenciar e, literalmente,
saborear.
Bem
próximo de San Vito Lo Capo, no Golfo de Cofano, deliciámo-nos nas águas
maravilhosas de uma cala, só nossa (que luxo!), da praia de Santa Margherita.
O
nosso paraíso apresentou-se de gala, com água quente e transparente.
Ingredientes favoráveis para prolongados mergulhos e para nos perdermos no
mundo subaquático através do snorkeling. Uma delícia de sonho.
Também próximo
de San Vito Lo Capo, fica uma das duas entradas na Riserva Naturale delloZingaro (a outra faz-se mais a sul, por Scopello).
Na
Riserva, de acesso controlado e limitado, é possível fazer caminhadas, observar
a fauna e flora marcadamente mediterrânica e descobrir as maravilhosas praias. Há
três itinerários, o costeiro, o de meia encosta e o alto.
Fizemos o mais
popular, o costeiro, que são cerca de 7 km de puro deleite, onde vamos
descobrindo enseadas (calas) fantásticas. A cor e transparência da água,
exaltada pelo substrato calcário, fascinam e chamam-nos para mergulhos fabulosos
e retemperadores.
A água quente faz com que nos percamos no mundo subaquático.
O Mediterrâneo não é o melhor dos mares para incursões subaquáticas, mas ainda
assim é sempre um deslumbre perseguir os cardumes de peixes.
Dentro da
Riserva, de norte para sul, cruzamo-nos com a Cala Tonnarella dell’Uzzo, depois
com a Cala Torre dell’Uzzo, de seguida com a Cala Marinella, Cala Beretta e
Calla della Disa.
Cala Tonnarella dell’Uzzo
Cala Tonnarella dell’Uzzo
Cala Marinella
Cala Beretta
Calla della Disa
Deixámos
as restantes Calas para outro dia, no qual pretendíamos aceder por Scopello.
Contudo, as elevadas temperaturas e ventos, potenciadores de risco de incêndio,
fizeram com que os nossos planos fossem vedados, pois a Riserva, por precaução,
esteve fechada.
Não houve
espaço para frustrações, pois Scopello e a envolvente têm atributos de sobra
para nos deliciarmos.
Charme é
a palavra que mais se adequa a Scopello. Foi construída à volta de um baglio histórico do século XVIII, isto é
a sede de uma propriedade rural, comummente murada/fortificada e no formato de
pátio.
O baglio é actualmente o coração da vilazinha, onde se concentram algumas lojas e restaurantes com esplanada. Fora deste espaço o núcleo, numa parte mais alta em relação ao mar, desenvolve-se por meia dúzia de ruazinhas e por uma praça com uma pitoresca fonte. É um espaço pequeno, bom para dias de puro relaxe.
O baglio é actualmente o coração da vilazinha, onde se concentram algumas lojas e restaurantes com esplanada. Fora deste espaço o núcleo, numa parte mais alta em relação ao mar, desenvolve-se por meia dúzia de ruazinhas e por uma praça com uma pitoresca fonte. É um espaço pequeno, bom para dias de puro relaxe.
Descendo para junto ao mar, encontra-se o outro elemento apontado no bloco de notas, a espantosamente fotogênica Spiaggia dei Faraglioni e a sua tonnara.
Esta
propriedade privada, ainda assim aberta ao público (mediante pagamento), é uma
antiga fábrica de atum (fechada em 1980) à beira de uma pitoresca praia com
peculiares formações rochosas em forma de torre, os faraglioni, que dão o nome
à praia.
É
considerado um dos sítios mais idílicos da Sicília por ser tão pitoresco. O visual
é de tal forma perfeito e cinematográfico que foi escolhido para ser um dos
cenários do filme Ocean's Twelve.
A aura que o local apresenta, contribui para que seja ultimamente muito procurado. Ainda que não seja um destino de massas, a sua pequena escala faz com que facilmente encha.
A aura que o local apresenta, contribui para que seja ultimamente muito procurado. Ainda que não seja um destino de massas, a sua pequena escala faz com que facilmente encha.
Isso em terra, porque no mar temos uma imensidão só para nós, onde
podemos nadar nas águas cristalinas e obter uma visão para terra menos comum e
distinta da que se alcança por terra. Ambas deliciosas, tal como toda a nossa
incursão pela Sicília.