domingo, junho 05, 2005

5.º Dia Em Paris

No último dia em Paris, a manhã foi dedicada ao imenso Museu do Louvre. Como já se sabia que era impossível ver tudo – há mesmo quem afirme que seriam necessários 9 meses para ver cada obra de arte aqui presente – a opção tomada foi escolher apenas algumas áreas que suscitassem mais interesse. No caso, as pinturas, deixando para uma visita a correr a parte dedicada às esculturas e objectos de arte de várias civilizações ali guardadas.
O ponto alto para qualquer turista que se preze é a Gioconda, ou Mona Lisa, de Leonardo da Vinci. No entanto, só os mais capazes ou expeditos a conseguem vislumbrar, tal é o mar de gente entre nós e a parede em que o famoso quadro está exposto. A ala do museu onde está este quadro mais parece uma estação de comboios em hora de ponta, com cidadãos apressados em chegar ao seu destino, sentados em qualquer lado, inclusivamente no chão se necessário fôr, à espera de cumprir o seu objectivo – abalroar o do lado para chegar primeiro. O resto do Museu até que se consegue ver em sossego, com algumas salas vazias para os padrões parisienses.

A entrada principal no Louvre é efectuada pela Grande Pirâmide, estrutura em vidro construída na década de 80 que, obviamente, gerou controvérsia. A sempre presente questão da introdução de elementos ditos modernos e, para alguns, dissonantes, em edifícios considerados intocáveis na história arquitectónica de um povo. Para mim, que não o conheci de outra forma, parece-me uma solução pacífica e bem conseguida.
Finda a jornada, o que retenho mais da cidade em que tinha estado por duas vezes no princípio e no fim dos anos 80, é a de uma cidade pejada de turistas, mas vivida pelos seus próprios habitantes. É um prazer ver a quantidade de pessoas, jovens ou não, sentadas às margens do Sena, de dia ou de noite, a ler um livro, pintar, conversar, cantar, conviver, o que seja. As esplanadas cheias. Os jardins como locais para se estar, inclusivé a “piquenicar”. Enfim, uma cidade que convive lindamente com os seus edifícios bem conservados e com o imenso espaço público que oferece.