quinta-feira, março 08, 2007

48 horas no Tripanário

Um começo de jornada a observar o Porto. Logo pela manhã, com o frio cortante e com o nevoeiro a dissipar-se à medida que a cidade ia acordando. Para isso nada melhor do que estar no lado certo, em Gaia, mais concretamente no seu cais. Que belo início!

De seguida atravessar o tabuleiro inferior da estupenda ponte D. Luís, para logo de seguida subir à parte alta da cidade através do funcional e bonito funicular dos Guindais. É a minha estreia nesta subida. Vale a pena! Ainda que recomende mais a descida, pois começa-se num túnel para logo sermos invadidos pelo estonteante visual da ponte-Douro-caves.

Um breve deambular pela Baixa do Porto, com o objectivo de apanhar o metro no Bolhão. Destino: Casa da Música.
Entro pela primeira vez no metro do Porto e volto a usar o meu andante, comprado minutos atrás nos Guindais. Andante, que pérola de nome. Mais bem conseguido é impossível.
Chegada à rotunda mais maravilhosa do país - onde o Leão põe a águia no sítio certo - dirijo-me ao Orfeu, um dos cafés mais emblemáticos do Porto.
Logo de seguida uma visita guiada à Casa da Música, da autoria de Rem Koolhaas, para conhecer os meandros desta grande obra arquitectónica.

Regresso à Baixa do Porto para um almoço rápido num dos belos cafés nas imediações da Avenida dos Aliados.
De seguida uma breve passagem pela Garfos e Letras, uma loja que conjuga a venda de livros de culinária com produtos e utensílios alimentares de categoria superior. Vale a pena uma ida a esta loja, mais não seja para sentir o cheiro de chocolate e canela que envolve todo o espaço.
Um passeio pelo jardim do Campo Mártires da Pátria para apreciar o conjunto escultórico Treze a rir uns dos outros do espanhol Juan Munõz.

De seguida uma descida pelas ruelas antigas até Miragaia, para uma visita à Exposição da Colecção Cordeiros (galeria da Foz), que decorria no edifício da Alfândega.
Novamente de regresso à parte alta da cidade, tempo para uma breve visita à Cadeia de Relação, onde se situa o Centro Português de Fotografia e onde, em tempos, Camilo Castelo Branco, quando preso neste local, escreveu o Amor de Perdição.
Com a tarde a aproximar-se do fim, tempo ainda para um passeio pelos jardins do Palácio de Cristal, para ver as cores do rio e do céu e para visitar o edifício da Biblioteca Almeida Garrett, cujo exterior é em parte revestido por meios toros de pinho, conseguindo-se assim uma harmonia entre o edifício e o jardim.

Já com a noite a iniciar um deambular pela Rua Miguel Bombarda, conhecida como o “Soho do Porto”, por estar ponteada por diversas galerias de arte. Muito à frente. Nota para a Artes em Partes, edifício multifunções, que alberga loja de discos, de mobiliário, de roupa, joalharia, galeria de arte, casa de chá, sede da lomografia no Porto.
Fim de jornada na Avenida dos Aliados, a apreciar a iluminação do edifício da Câmara, antes do merecido descanso.



















O segundo dia foi dedicado a algumas das obras de Siza Vieira.
A manhã foi passada em Leça da Palmeira a contemplar as Piscina das Marés e a Casa de Chá da Boa Nova.
Devido à época do ano não foi possível observar as piscinas em todo o seu esplendor, pois para além de não estarem a ser utilizadas, encontravam-se em manutenção.


Agora, a Casa de Chá estava no seu melhor. Que maravilha!
Esta obra emblemática data de 1958-1960 e é fabulosa. A localização, mesmo junto ao mar. As linhas simples do edifício. Os diversos rasgões das janelas para um aproveitamento da luz e do magnífico enquadramento. O mobiliário. Tudo isto torna o espaço único. Daí perceber-se o porquê de tantos estudiosos e apreciadores de arquitectura procurarem conhecer in loco esta obra.
A tarde foi passada no Museu de Arte Contemporânea de Serralves. Primeiro um almoço no simpático restaurante. Depois um passeio pelos harmoniosos e bonitos jardins para aproveitar o belo sol de Inverno e contemplar as diversas esculturas espalhadas pelo jardim, entre as quais se destaca a Colher de Jardineiro de Oldenburg.

As horas seguintes foram passadas a ver a Exposição Anos 80: Uma topologia. Ainda que a exposição não seja brilhante, vale sempre a pena uma visita a Serralves.
Assim como ao Porto!