quinta-feira, julho 05, 2007

E Em Portugal

Aproveitando a boleia, para as 7 maravilhas de Portugal arriscaria Castelo de Óbidos, Convento de Cristo, Mosteiros da Batalha, Alcobaça e Jerónimos, Palácio Nacional da Pena e Torre de Belém.
Bem sei que são um bocadinho previsíveis, principalmente no que toca à inclusão de Conventos e Castelos, mas creio que esta culpa será de quem escolheu as 21 finalistas sem procurar arriscar noutras arquitecturas menos consensuais para o grande público (o Palácio de Mateus, em Vila Real, poderá ser uma excepção mas não tive até à data oportunidade para o conhecer; a Fortaleza de Sagres, remetendo para o imaginário da época que mais marcou o nosso país poderá ser outra excepção mas acho aquele espaço construído tão pavoroso que não me consigo disso abstrair para me dedicar em exclusivo ao dito imaginário e à sua implantação fantástica).
Posto isto, e sem esquecer o quanto me agrada a Torre de Belém e o Palácio da Pena (a escala e estética de ambos faz-nos imaginar que possuímos um brinquedo), de todas as minhas escolhias destaco o Convento de Cristo de Tomar. Certo e sabido que tem a famosíssima janela manuelina, a renovada Charola da Igreja, claustros magníficos e, como se estes não fossem já suficientes, toda uma história ao seu serviço desde a Ordem dos Templários à Ordem de Cristo que aqui tinha a sua sede e que sob a batuta do seu mestre Infante D. Henrique haveria de empreender a nossa epopeia das descobertas. Mas, o que me faz decisivamente optar pelo Convento de Cristo são alguns elementos que estão para além dele mas que dele fazem parte inerente. Desde logo a sua localização, lá no alto espreitando-se Tomar e o Nabão, envolvido pelas muralhas do Castelo e pela Mata dos Sete Montes. Por aqui desenvolve-se um relativamente extenso aqueduto, de cerca de 6km, que com boa vontade (dos poderes públicos) podia ainda hoje continuar a desempenhar as suas originárias funções de abastecimento de água ao Convento de Cristo. O mais surpreendente é que este aqueduto, cuja construção foi iniciada em 1593 no reinado de D. Filipe I, alcança uma monumentalidade que diria quase escondida na zona do vale de Pegões (nome por que também é conhecido o aqueduto), possuindo na totalidade 180 arcos.
Em todo o caso, muito património a descobrir pelo nosso país afora.