sábado, agosto 02, 2008

Zefa

E agora que se fala de tudo e mais um pouco para mostrar que o Algarve (só com um "l") não é só praia, que tal o "Centro de Arte Contemporânea" ZEFA, em Almancil, Loulé?
A surpresa começa pelo local onde a arte está instalada - numa quinta perdida numa estrada perdida de uma zona não menos perdida do Algarve.
Se percorrermos o site do Zefa (http://www.centro-zefa.com/) lemos, entre outras, frases como "ver para crer", "entre em nossa casa", "work in progress", e todas correspondem à mais absoluta verdade.
Tudo começa com um tocar à campainha. Segue-se a imediata simpatia de Cândida Paz, a anfitriã, que nos abre as portas para nos guiar pelo seu terreno onde arte e lar se confundem. Tudo o que nos rodeia saiu da imaginação de seu marido, Bota Filipe, preciosamente apoiado por Cândida.
À medida que vamos caminhando pelos anexos fantasiosos, perguntamos-nos: Gaudi passou por Loulé? Mas ficamos a saber que Bota apenas passou por Barcelona depois de aqui dar asas à sua criatividade.
Muita criatividade.
A que não falta uma piscina. Afinal, como diz Cândida, as muitas crianças das escolas que os visitam iriam ficar desiludidas por ver uma quinta tão grande sem uma piscina. Vai daí, ela está lá em cima do terraço da garagem, e não importa que seja apenas um chão pintado de azul com ondinhas, com prancha de saltos e tudo, a dar ares de uma torre de vigia.



Tudo aqui obedece a um princípio de comunidade, desde o receber os artistas que para cá queiram vir trabalhar, à atenção e preocupação que dedicam ao urbanismo e ambiente, com o aproveitamento de todos os materiais. E isto para chegarmos a uma simplicidade absoluta que se nos apresenta num sentido estético muito kitsch e estrambólico mas, ao mesmo tempo, agradável e que nos faz desejar viver num sítio assim.