segunda-feira, julho 20, 2009

Brevíssima Introdução à Viagem ao Centro da Terra



Para a Islândia, projecto antigo, só havia uma solução: reservar parte do mês de Julho, de preferência o seu início para ganhar o maior número de horas de luz em cada um dos dias. Na parte que me toca, objectivo plenamente cumprido. Como sou – e lá me mantive – uma menina bem comportadinha, não cheguei a ver mais do que um leve lusco fusco nos 12 dias que passei na ilha com vista (quase) para o Árctico.
Se a Islândia é reconhecida pelas suas paisagens naturais fantásticas, porquê começar por aqui?
Porque é mesmo esquisito andar-se um dia inteirinho sem se notar que a terra quer anoitecer, que são horas de parar a jornada de carro e ir procurar lugar para dormir. E, então, dormir de dia, por vezes com uma claridade que não se via durante o dia propriamente dito. Sim, o sol da meia-noite existe mesmo.
Quanto ao mais, e cumprindo a tradição nórdica, a Islândia é mesmo um lugar civilizado, onde tudo corre pela certa, descontando, é claro, o facto de o país ter ido à bancarrota há meses. Resultado? Menos turistas islandeses pelas praias algarvias neste Verão. E um singelo comentário: se a moeda deles desvalorizou horrores e a economia veio por aí abaixo, continuando os preços lá bem em cima (do ponto de vista desta portuguesa, é claro), como imaginar o custo de vida anterior? A viagem de avião não é barata, o aluguer de carro é estratosférico (vá que a gasolina está ao mesmo preço de Portugal, mas aí parece que o preço das nossas gasolineiras é que é abusivo), as dormidas em saco de cama nos hostels toleram-se, os piqueniques feitos dias a fio ficam por uma pechincha apenas quando comparados com o que se paga em um (qualquer) restaurante da ilha.
Mas, lá está, é aquela viagem que todos temos (devemos) de fazer. A Viagem ao Centro da Terra, como já Júlio Verne tinha escrito.