quinta-feira, julho 24, 2014

Praça Tiananmen

Nesta imensa praça, percorrida facilmente em meia hora para lá, dez minutos para o lado e mais meia hora para cá, fora as constantes filas para as revistas da segurança, fica a uma ponta as duas portas simbólicas da sua entrada e na outra a Porta da Paz Celestial, mais conhecida por acolher o retrato de Mao e ser a entrada da Cidade Proibida. Numa das partes laterais fica o Museu Nacional e na outra o parlamento e diversos edifícios governamentais. Aqui o estilo soviético impera. No meio da Praça, o Mausoléu de Mao. Para se chegar aqui, mais revista de segurança.


Interessante constatar que o culto da personalidade ao grande timoneiro persiste ainda hoje. Ao seu mausoléu acorrem todos os dias milhares de chineses em excursão, dignando-se esperar ordeiramente na fila (sério? deve ser o único lugar em que fazem fila). Não quisemos perder este género de beija mão. Afinal de contas Mao, tal como nós, era adepto da natação. Só por isso.(linda a história - verdadeira - de que Mao recebeu Khrushchev na sua piscina e o russo, como não sabia nadar, teve de colocar umas braçadeiras. Foi o Kissinger que me contou). O mais curioso é que praticamente não havia estrangeiros (leia-se ocidentais) para confirmar a verruguinha de cera no queixo de Mao. A visita é curta e conta-se de uma penada: a fila anda a passo à volta do edifício enorme do mausoléu mas flui bem, durando menos de uma hora naquele meio da manhã; à aproximação da sua entrada inúmeros vendedores de raminhos de flores brancas e inúmeros visitantes compradores das ditas; mais revista de segurança, isqueiros não entram; primeira sala a visitar sem parar o passo é onde se depositam as flores no sopé de uma imensa paisagem de natureza verdejantemente pintada; segue-se a sala que todos esperam e, ei-lo, placidamente deitado no seu descanso eterno; vrum, já está.

Quanta ligeireza a falar de um monstro que é igual ou pior do que os de direita, pensa a mamã. Pois. Para que não fiquem dúvidas, sigo a linha oficial do partido: foram erros, sim, mas a intenção foi boa. Sigamos. Para a Cidade Proibida.