quinta-feira, setembro 29, 2005

NY - Ponte de Brooklyn

É um dos símbolos de Nova Iorque.
O engenheiro que a concebeu, John A. Roebling morreu imediatamente antes do início das obras, e o seu filho é que viria a acompanhar e dirigir as obras, apesar de também ele ter tido um acidente que o deixou paralisado durante a construção.
Foi uma empreitada atribulada e dramática, na qual terão morrido cerca de 20 homens, a maioria dos quais devido à síndrome do mergulhador, causada pela descompressão.
Demorou 14 anos até ficar concluída, em 1883, passando a ligar Manhattan ao Brooklyn (até aí uma cidade independente) sobre o Rio East. Nessa altura era a maior ponte suspensa do mundo e a primeira de aço. As suas torres tinham, e têm, 276 pés de altura (aproximadamente 93m), sendo que quando foi construída o edifício mais alto da cidade tinha 281 pés e era a Trinity Church (vendo-a agora esmagada entre os arranha-céus, bem se vê o quão velhota e sobrevivente é a Ponte e a própria igreja).
A Ponte de Brooklyn costuma ser lugar de todo o tipo de protestos. Mas não só. É palco tradicional para a celebração do 4 de Julho – dia da independência – com fogo-de-artíficio que deixa a Ponte com uma iluminação diferente. Ficou, ainda, no imaginário da presente geração que assistiu aos nova-iorquinos a caminharem sobre a Ponte, em fuga desesperada, aquando dos atentados do 11 de Setembro de 2001.
Dizem ser a Ponte mais bonita do mundo. Pelo que observei, e pela possibilidade não tão comum de se poder atravessá-la caminhando, concordo (recordo a meia-maratona de Lisboa, em Março, único momento em que podemos atravessar a nossa Ponte 25 de Abril e, se nos deixarmos ficar para trás, fruir com toda a calma do mundo o Tejo e Lisboa).
Para além da sua beleza arquitectónica, com o emaranhado dos seus cabos de aço, o facto de a Ponte de Brooklyn não pensar apenas nos carros, contemplando uma via superior só para os peões (com as bicicletas ao lado), torna-a imbatível também no quesito carisma. São cerca de 1,5km de uma caminhada que, se for efectuada à “hora do rush”, nos permite ver o zunzun de carros lá em baixo e de pessoas junto a nós.
Uma vez atravessada a Ponte no sentido para Brooklyn, e já que estamos em Brooklyn propriamente dito, é imperdível a vista do skyline de Manhattan desde a Brooklyn Heights Promenade.
A Ponte de Brooklyn, a atestar o facto de ter já sido considerada a 8.ª maravilha do mundo, inspirou inúmeros artistas e foi por diversas vezes cantada, quer em verso, quer em prosa. Walt Whitman deixou escrito em poema que a bonita vista de cima da ponte é “o melhor remédio para a alma”. Jack Kerouac escreveu “The Brooklyn Bridge Blues”. Outros representaram-na na tela, como foi o caso de Georgia O´Keefe e de Joseph Stella.