quinta-feira, agosto 18, 2011

Sharjah

Sharjah é um emirado que fica pertíssimo do Dubai, com ele fazendo fronteira logo a seguir a Deira. É considerado um dos mais conservadores, sendo proibida a venda e o consumo de álcool. É ainda aconselhável que se tenha algum tento no vestuário, e isso não apenas para as mulheres, pois também as pernas ao léu dos homens não serão bem-vindas.



Como curiosidade, dizer que Sharjah tem alguns enclaves e olhando para o mapa é quase um passatempo ir descobrindo um pedacinho deste emirado aqui, mais um ali, costa para o Golfo Pérsico, depois costa para o Golfo de Oman – o que é único entre os emirados.



É ainda conhecido por possuir vários museus (embora numa escala nada comparada com aquilo que Abu Dhabi planeia para os próximos anos), mas pelos vistos os locais não sabem sequer onde eles se situam, senão, vejamos. Chegadas à cidade sem qualquer mapa connosco, demos logo de caras com o bonito souk com uma espécie de azulejos de várias tonalidades de azul. Olhando para a paisagem à frente não nos conseguíamos sintonizar. Fomos andando até que, seguindo o conselho de só pedir indicações a mulheres, perguntamos a uma senhora onde ficava o Sharjah Art Museum. Como não sabia pediu ao marido que estava no carro para nos dizer. Este também não sabia e vendo o número de telefone que tínhamos numa brochura ligou para lá para lhe indicarem a sua localização exacta. Como se não bastasse toda essa simpatia, ainda nos disse para entrarmos no carro que nos ia lá levar. O mais engraçado é que este casal que nos deixou mesmo no meio da cidade (e aí vimos que estávamos mesmo à deriva) era indiano, como não podia deixar de ser, mas indiano de Goa. Não dissemos ADEUS, mas thank you and goodbye, língua universal em qualquer emirado.

O Sharjag Art Museum é o maior museu de arte contemporânea de todos os Emirados. Mas está longe de ser grande. Todavia, as obras que acolhe valem a visita: quadros de David Roberts com as paisagens arábicas que foi pintando ao longo da vida, bem como de outros pintores que se dedicaram a pintar a mesma temática. O edifício é ainda muito acolhedor.





Num raio de poucos metros existe uma série de outros museus (ver em http://www.sharjahmuseums.ae/) e é possível observar como eram as habitações antigas por aqui. A torre característica, para controlo do calor, tem aqui vários exemplos ainda presentes.



Este emirado não é nada exuberante, ainda para mais se o compararmos com o Dubai ou com Abu Dhabi. É, no entanto, marcado na paisagem pelos prédios altos, e mantém igualmente um cuidado com o espaço público, sendo visíveis muitos jardins. A zona do porto não será formosa, mas é muito interessante ver a azáfama de uns e a preguiça de outros nos barcos que por lá passam ou que por lá estão atracados.