sexta-feira, fevereiro 06, 2015

Roma Antiga



Roma é uma das cidades continuamente habitadas mais antigas do mundo.
A sua fundação está envolta em mitos, como é desejável a qualquer boa e intemporal história.
Simplificando, diz-se que no tempo dos etruscos dois gémeos - Romulo e Remo - viram-se alimentados por uma loba e depois de, mais tarde, lutarem entre si, o primeiro fundaria Roma, no no ano de 753 a.C., no monte do Palatino.
A cultura romana foi sempre sincrética, juntando etruscos com diversos outros povos italianos. Ainda antes do império romano ter sido criado, vigorava então uma república, os romanos foram estendendo o seu território de tal forma que em 270 a.C. Roma controlava toda a Península italiana. 
É muito interessante verificar como muitas das expressões que hoje utilizamos provém da época ainda anterior à formação do império romano. Alguns exemplos: "Vitória de Pirro", "Erro Crasso", "Passar o Rubicão".
A propósito desta última, com Júlio César começou o fim da república romana no século I a.C. Vivia-se, então, uma série de guerras civis e Júlio César ganharia o poder após o momento decisivo em que passou o Rio Rubicão e marchou triunfalmente até Roma em 49 a.C.
No entanto, seria o seu sucessor, César Augusto (Otaviano), o primeiro imperador de Roma.
Uma nova era surgiu e o império avançaria em todos os aspectos e com Trajano, em 116, atingiria a sua máxima expansão, indo até à Escócia, Arábia e Mesopotâmia.
A fonte de expressões, todavia, não terminou. Basta lembrar em Juvenal e no seu pão e circo.
Um dos aspectos mais reconhecidos hoje quando se refere ao Império Romano é o dos combates entre os gladiadores, sendo o Coliseu, inaugurado no ano 80, o símbolo maior de Roma. Este hábito, porém, provinha já dos etruscos que o utilizaram mais como rituais, em que as vítimas eram dadas como sacrifícios para os deuses. Os romanos seguiram esta prática, mas evoluíram-na para um espectáculo e entretenimento.


A paisagem romana é ainda hoje muito marcada por vestígios desta época - muitos deles em excelentes condições de serem totalmente percepcionados cerca de 2000 mais tarde.
Alguns exemplos, para além do já citado Coliseu:

Circo Máximo (vindo já do tempo dos etruscos), recinto enorme, com capacidade para 300000 pessoas, onde se efectuaram corridas entre o século IV a.C. e o século VI (sem foto).




Fórum, o coração da cidade, seja em matéria administrativa, legal, económica ou religiosa. A vista do Monte do Capitólio (o monte mais sagrado da Roma antiga) ou do Monte do Palatino (onde a cidade terá sido fundada) é abarcadora e esclarecedora. Mas só andando lá em baixo, por entre as ruínas, conseguimos imaginar os seus templos, basílicas e arcos do triunfo.



Panteão, o edifício da Roma antiga melhor conservado, com a sua sempre admirada cúpula, uma obra prima da engenharia do tempo de Adriano, século II. O orifício da cúpula dá-nos a única luz interior. Inspirador.


Termas de Caracalla, a reverência romana pela água (bem expressa nas inúmeras fontes um pouco por toda a cidade). Nas termas cultivava-se o espírito e o corpo, em rituais de purificação e na prática do desporto. As de Caracalla foram inauguradas no ano de 216 e eram conhecidas pela sua rica decoração, com abundantes mosaicos e esculturas. Hoje é um lugar grandioso para se visitar.



Vila Adriana, mandada construir por Adriano em Tivoli, a cerca de 30 kms de Roma. Este conjunto imenso de pavilhões, jardins e lagos é o resultado das viagens que o imperador fez ao longo da sua vida e da paixão que mostrava pelas culturas e arquitecturas que ia encontrando. Dificilmente haverá um local mais ideal para passar o dia a ler Marguerite Yourcenar e as suas "Memórias de Adriano".