segunda-feira, setembro 28, 2015

Flandres

Até aqui já sabemos que a Bélgica é hoje claramente dividida entre a Valónia, a sul, e a Flandres, a norte.
Nada conheço do sul. A norte, escolhi visitar as cidades de Gent, Bruges e Antuérpia, todas a uma curta e frequente distância de comboio de Bruxelas. 
A região da Flandres está definida autonomamente quer política quer administrativamente há muitos séculos. As três cidades citadas foram das mais ricas e urbanizadas cidades da Europa durante os séculos XIII, XIV e XV. Pontos de referência do comércio, dedicavam-se sobretudo à tecelagem da lã e sua transformação em pano. A razão da sua prosperidade era, pois, o comércio e a manufactura de têxteis. Também em termos culturais a força da Flandres era evidente, nomeadamente na pintura, excelentemente representada pelos "Primitivos Flamengos", termo enganador, uma vez que a pintura flamenga era bem moderna e inventiva.
O curioso da história é que por motivos vários estas cidades da Flandres foram perdendo influência e no século XIX a Flandres, ao contrário da Valónia, estava parcamente industrializada. Hoje a história deu nova cambalhota e é a Flandres a ter uma economia moderna e mais próspera do que a sua vizinha do sul.


Antes de me dedicar a um tour por cada uma destas cidades, referir alguns pontos que lhes são comuns. Gent, Bruges e Antuérpia possuem todas elas centros históricos medievais superiormente conservados e belíssimos. Em todas encontramos campanários de arquitectura distinta, de tal forma que estão incluídos na lista do Património da Humanidade da Unesco. Em todas é possível apreciar o ambiente de tranquilidade que até hoje se vive nas beguinarias tradicionais da Bélgica. Por fim, a água é outra referência comum, com os canais em Gent e Bruges e o rio em Antuérpia, elemento decisivo para a sua prosperidade de outros tempos.