quarta-feira, agosto 17, 2016

Getsemani

                                                     "En este pueblo nunca pasaba nada diferente
                                                      a velaciones de santos y bautizos de ángeles. 
                                                      La noche se nos iba fumando tabaco, tomando 
                                                      café y cantando versos de alma."
                                                    Alonso Sánchez Baute (Líbranos del bien), acerca de Valledupar 





Escolhemos hotel para pernoitar em Getsemani, bairro vizinho fora das muralhas, antigo lugar de escravos, que conserva ainda a sua identidade e cuja arquitectura é parecida com a da Cartagena muralhada (ainda que o edificado esteja menos preservado). O turista clássico não vem tanto para aqui. Este é antes o poiso de um visitante mais jovem, mais relaxado, talvez mais urbano, que não precisa que tudo seja perfeito e bonito, que aprecia uns grafittis quase tanto como umas janelas e balcões bem decorados. Os restaurante aqui são trendy, existem associações culturais e, sobretudo, o mítico Café Havana, infelizmente fechado nos dias que aqui estivemos. 




O que mais marcou, todavia, foi sentir o pulsar leve dos fins de dia dos seus habitantes. Caminhando pelas ruas vamos assistindo às casas abertas ao exterior, portas abertas e hall de entrada disposto de tal forma que é um convite explícito ao nosso olhar invasivo, quase como que um "entrem, façam parte do nosso convívio". Há ainda a outra versão do fim de dia, aquele em que as cadeiras e sofás são puxados para fora e instalados nos passeios e as pessoas se vão deixando estar, à brisa mais fresca da noite. Isto é o Caribe.