quinta-feira, outubro 13, 2016

Biblioteca da Universidade de Varsóvia

Na década de 1990 foi decidida a criação de um outro espaço para acolher a nova biblioteca da universidade, instituição que levava já cerca de 150 anos em Varsóvia.
O projecto da nova biblioteca é surpreendente e, diz-se, um dos segredos mais bem guardados da cidade. Vale mesmo a pena um curto desvio até este novo ícone instalado junto ao rio, perto do Centro Copérnico. 




Não é tanto a obra arquitectónica que deslumbra, apesar de interessante por si. Inaugurada em 1999, a biblioteca é composta por dois edifícios separados por aquilo que à partida se pensa ser um corredor interior e privado, mas que na verdade funciona como uma rua pública interior coberta com um telhado de vidro. O edifício longo e estreito que dá para a rua principal toma a cor verde oxidada e tem representadas folhas de livros abertas e escritas em diversos idiomas como o grego e o árabe. O corpo principal do edifício é maior, tem quatro andares e estende-se até ao rio.
O que mais deslumbra, no entanto, é o jardim da biblioteca.




A obra paisagística é uma verdadeira obra-prima, da autoria de Irena Bajerska, e foi inaugurada em 2002. O jardim é lindíssimo e dispõe de uma área grande com cerca de 10,000 m2. Existem aqui diversas espécies arbóreas e há quem se lhe refira até como jardim botânico. 



O que tem de especial, porém, é a forma como a autora do projecto conseguiu combinar as duas partes do jardim, um jardim superior e um jardim inferior ligados por o que nos faz crer ser uma cascata de água. Tanto podemos entrar no jardim pelo seu nível inferior com acesso desde a rua como seguindo directamente para o seu nível superior através de um elevador no edifício lateral da biblioteca. Optamos por esta última hipótese e para além do verde do jardim que logo nos rodeia ficamos com uma vista fantástica para o centro financeiro de Varsóvia, com o Palácio da Cultura e das Ciências mais uma vez em grande destaque. 






Uma curta caminhada pelo telhado da biblioteca, flores e plantas como companhia, passamos por pontes, até pérgolas, e chegamos a um terraço de observação que nos coloca frente a frente com o rio Vistula para mais uma panorâmica inesquecível. Até aí chegar podemos também imaginar como serão as salas de leitura da biblioteca para lá dos seus vidros. Descemos pela referida cascata e os jogos de contraste nos vidros continuam. Cá em baixo temos então o jardim inferior. Os jogos continuam, mas agora com o relevo do espaço e com uma espécie de redes aéreas cobertas com plantas. Aqui encontramos ainda um lago que dá ao local um toque idílico e é um convite descarado a sentar ou deitar na relva para relaxar. Aceitamos o convite e não guardamos segredo.