sexta-feira, novembro 10, 2006

Cagaloglu Hamami

O New York Times apresenta uma ida ao Cagaloglu Hamami (banho turco) como um dos 1000 lugares a ir antes de morrer.
Pois bem, estando em Istambul e depois de um dia esgotante, a percorrer esta maravilhosa cidade, sentimo-nos para morrer. Morrer? Ups… Então é urgente uma ida à Yerebatan Caddesi, onde se situa o Cagaloglu Hamami. Não só para cumprir a dica do NYT, mas também para adiar o final terreno. Pois, após uma sessão de banho turco, relaxamento e rejuvenescimento são sentimentos garantidos.
Os hamam, ou banhos turcos, descendem dos banhos romanos, que foram adoptados pelos Bizantinos e mais tarde pelos Otomanos. Se inicialmente eram um compromisso entre a higiene e o prazer corporal, actualmente, em que a maioria das casas turcas têm instalações sanitárias, os banhos são sobretudo uma instituição social.
Isso percebe-se quando se entra nos Cagaloglu Hamami, que foram construídos em 1741 pelo Sultão Mehmet I.
O primeiro passo ao entrar é escolher o serviço, que varia entre a opção de self-service e a luxuosa ensaboadela. A escolha pode não ser fácil se a vergonha e a ansiedade pelo desconhecido imperarem. Porém os acanhados que optarem pelo self-service irão perder a parte mais intensa e prazerosa de uma ida a um hamam.
Escolhido um serviço é fornecido um pestemal (pano), o qual serve para tapar o corpo após tirarmos a roupa, e umas tamancas. Esta operação de mudança de roupa é feita nas cabinas que circundam a camekan, um pátio interno onde é possível beber um chá e conviver após o banho.
Já enroladinhos com o pestemal e de tamanca nos pés, passa-se pela sogukluk (sala intermédia), onde no final são dadas toalhas secas, e encaminhamo-nos para a hararet (sala quente), que é a principal sala de banhos turcos e onde nos sentamos a suar no vapor o tempo que desejarmos.

Quem optar pelo self-service terá direito ao banho de vapor e a banhar-se com água, ora fria ora quente, que sai de um género de fonte. Já quem optar por um serviço completo tem direito a tudo o descrito em cima, mais a uma ensaboadela vigorosa, que retira a sujidade que nem sequer suspeitávamos ter, e a uma massagem na gobeck tasi (pedra de mármore aquecida), que fica no centro da sala quente. A massagem é feita de uma forma completa (pés, pernas, barriga, costas, braços, cabeça) e vigorosa, o que faz com que seja revitalizadora e divinal.
Toda a experiência da ida a Cagaloglu Hamami é extraordinária, não só pela sensação relaxante mas também pelo espaço que, para além de ser histórico, é de uma beleza arquitectónica fantástica.