quarta-feira, agosto 01, 2012

Praia da Ursa


De volta da Índia e em estágio para dominar as expectativas face à primeira ida a uns Jogos Olímpicos (só para assistir, que competir não passou de um sonho), um reconhecimento de que fazer praia é cá em casa.
Perto do Cabo da Roca fica aquela que é a praia mais ocidental da Europa e que foi considerada pelo guia Michelin uma das praias mais bonitas do mundo.
Com tal palmarés, o único facto de estranhar é que, ficando tão perto, nunca lá tivéssemos dado um salto.
Salto, não. É melhor dizer que é de estranhar que nunca nos tenhamos arrastado até lá.
A praia é selvagem, sabíamos que tinha uns acessos maus e difíceis. Só não cuidamos foi de decorar que devíamos tomar o caminho mais à esquerda na descida desde o parque de estacionamento.
Resultado: parece que descemos pelo caminho do alpinismo. Foi muito perigoso, a não repetir. A descida foi feita em terreno escorregadio e com pedra solta. Não houve outro remédio se não descer sentadas, a tentar controlar a descida para não resvalarmos por ali abaixo. E é de bastante altura que se trata.
Vamos à parte boa, agora que conseguimos não nos magoar na aventura (só tivemos 3 dias de dor intensa de pernas).

A paisagem cá de cima, altaneira, antes da dolorosa descida, é fabulosa. A água clara e as escarpas rompem pelo mar a embelezar a falésia. As rochas pontiagudas são um postal perfeito. Lá em baixo há areal suficiente para as poucas dezenas de companheiros que se aventuram chegar à praia linda. E há, sobretudo, uma série de enseadas onde podemos entrar e deslumbrar-nos ainda mais com o cenário.