sexta-feira, setembro 03, 2010

Rumo a Machu Picchu – 2.º Dia do Caminho Inca



Para este 2.º dia mudámos de estratégia e enchemos uma mochila o mais que pudemos para deixar a outra bem levezinha e irmos trocando entre nós o pouco peso que restou. Não que o peso do 1.º dia tivesse sido insuportável, mas o panorama que nos anteciparam para este 2.º dia roçava o assustador. Indo directamente ao final, a carregar as nossas coisinhas todas acho que não nos safávamos desta jornada.
Foi, efectivamente penoso a espaços. A muitos espaços, para dizer a verdade. Iniciámos a caminhada às 7:30 e foram cerca de 5 horas e meia sempre a subir até chegarmos aos exactos 4215m de altitude (o ponto mais alto do caminho) até ao passo de Warmiwañusca, também conhecido como o “passo da mulher morta”, vá-se lá saber porquê. Literalmente, é ir até lá e receber os incentivos e os aplausos dos companheiros que vão chegando primeiro.







A paisagem é brutal, já sem o rio por perto, tão alto íamos, mas com o vale esmagador ao nosso redor. É até um contra-senso, ter-se esta paisagem toda a nossos pés e não se conseguir aproveitá-la convenientemente, tal era o cansaço. As minhas habituais dores de cabeça aproximaram-se do insuportável (o mal de altitude também não deve ser alheio à coisa).







E depois de chegarmos até mesmo lá em cima, toca a descer por quase 2 horas. Se a subida não era tecnicamente difícil, já a descida sempre de pedras irregulares e com degraus muito altos obrigava ao máximo de atenção. Aqui começa o caminho inca original, com muitas mexidas para restauro ao longo dos tempos, é claro.
Mais uma vez, a subida e a descida dos carregadores é impressionante.



Neste 2.º dia são cerca de 11 km em 7 horas de percurso, daí que a opção tenha sido almoçar no final, já no acampamento, em Pacaymayo. Depois, sesta, jantar e dormir. Enfim, vida quase boa e a certeza de que o pior havia ficado para trás.