quarta-feira, fevereiro 23, 2005

Tortoni

Buenos Aires é uma cidade de cafés. Daqueles onde dá vontade de ir estando sem ser incomodado. Confesso que não tenho por hábito frequentar cafés, mas quem não fica deslumbrado ao entrar, por exemplo, no Majestic, só para citar um no nosso país, no caso, no Porto?
O Tortoni é o mais antigo da Argentina, fundado em 1858 e situado na Av. de Maio, é um local onde se pode jogar bilhar, assistir a espectáculos (tango, jazz), tomar café, claro, ou simplesmente contemplar a história que por ali passou e foi sendo feita. Teve frequentadores assíduos entre artistas, políticos, intelectuais, escritores, como Borges, Garcia Lorca, Sábato.
É autêntico, apesar de vir nos guias turísticos. Aliás, se não fosse esta referência, provavelmente não saberia da sua existência. Durante o dia passei por lá para tomar qualquer coisa e à noite decidi voltar para assitir a um show de Tango. Como não é daquelas casas tipicamente turísticas, pelo menos no que ao Tango diz respeito, o ambiente era constítuido por porteños e não tão jovem assim. À excepção, então, das duas manas portuguesas, acabadas de entrar na casa dos 20 anos. Se estavamos perdidas, rapidamente nos envolvemos completamente. Um casal de velhotes sentado na mesa ao lado convidou-nos para a sua mesa e serviu-nos de anfitriões para o resto da noite. Ele era poeta e, vim a saber depois, um daqueles conceituados que vivia no Tortoni. Quando soube que eramos portuguesas, logo se lembrou de um jogador de futebol fantástico que havia jogado na nossa terra e casado com uma portuguesa monissíma que levou para a Argentina. A Sra Carmen, ex(?) modelo, é ainda hoje conhecida nos meios sociais argentinos e quanto ao futebolísta o Poeta acertou em cheio. As miúdas portuguesas, nem de propósito, eram ferrenhas do clube em que ele jogou em Portugal e por isso sabiam de quem se estava a falar - Yazalde, o fantástico Chirola.
Este começo serviu de arranque para um agradável serão em que o deslumbramento era total. Anos mais tarde havia de recordar aquela noite quando, num programa de um canal por cabo sobre Buenos Aires, volto a ver A.M.M. servindo de anfitrião no Tortoni, agora para um público mais extenso.
Para quem queira saber mais sobre este café, iniciando uma visita cybernética, aqui fica o link .

quinta-feira, fevereiro 17, 2005

Expresso na Patagónia

Um dos fulanos mais invejados, pelo menos por aqueles que estão sempre a pensar na próxima viagem, voltou à carga.
Depois da sua viagem à volta do mundo por mais de um ano, que nos foi agradavelmente relatando no Jornal Expresso, o Gonçalo Cadilhe começou na semana passada a enviar os textos que vem escrevendo desde a Argentina, onde pretende explorar a Patagónia. Ele bem que tinha avisado na primeira leva de crónicas que Buenos Aires tinha sido a cidade em que se tinha sentido melhor. Agora toca a explorar o resto (que não é pouco). Apesar de ter escrito que talvez se ficasse só pela Argentina, aposto que não vai resistir a dar um pulinho à Patagónia Chilena. Não pode ser de outra forma, a não ser que deixe a missão incompleta para ter a desculpa de lá voltar numa próxima vez - o que apoio desde já, afinal não me canso de ler os seus textos desde há muitos anos, seja no Expresso seja na Surf Portugal. Eis uma profissão de sonho: viajante sem fim.

segunda-feira, fevereiro 14, 2005

Pasaperros

Uma profissão que só conheço de Buenos Aires é a dos Pasaperros.
Para quem não sabe, ela existe sim e consiste em profissionais que levam os cãezinhos de outras pessoas a passear. O detalhe é que, concerteza para a jornada diária render mais, eles passeiam dúzias de cães de uma só vez, enquanto as madames se entregam a outros afazeres. É no mínimo pitoresco.


pasaperros