terça-feira, outubro 25, 2005

NY - Museus

Manhattan tem dos melhores museus do mundo.
Concentrados numa zona, a Museum Mile (Metropolitan Museum of Art, Guggenheim Museum, Neue Gallerie, Frick Collection, Museum of the City of NY, El Museo del Barrio e Whitney Museum of American Art), ou para além dela (MoMA, American Museum of Natural History e Rose Center for Earth & Space). Isto para citar aqueles cujas mostras estão mais próximas dos meus gostos. Infelizmente não foi possível visitar nem metade deles.
Visitei os clássicos: Metropolitan, Guggenheim, MoMa e o Rose Center, este último num edifício recente fantástico como prova de que NY se rejuvenesce arquitectónicamente.

O Metropolitan tem uma das maiores e melhores colecções do mundo, que vai desde templos inteiramente reconstruidos a pinturas, fotografias, tapeçarias e simples objectos, abrangendo a arte americana, europeia, asiática, africana, egípcia, greco-romana, bem como a arte contemporânea. Apesar de as salas do Met não terem uma ligação muito lógica umas às outras e, por isso, seja fácil perder-nos, tive o prazer de descobrir mais sobre Matisse (Matisse: The Fabric of Dreams – His Art and His Textiles), nomeadamente, o seu interesse pelos texteis e a influência que o Norte de África sobre ele produziu. Imperdível no Met é o seu terraço onde, para além do interesse das exibições temporárias que lá são instaladas, se pode ter uma visão do “telhado” do Central Park, composto de árvores e mais árvores, obviamente.


O Guggenheim, com a sua arquitectura reconhecível por quase qualquer habitante deste planeta, foi criado por Frank Lloyd Wright (penso que a sua única obra em Nova Iorque) com o objectivo de servir como museu. Daí que seja muito fácil visitar a sua colecção. À entrada, e por sugestão do arquitecto, deveremos dirigir-nos ao elevador rumo ao seu último andar para depois então iniciarmos a descida pela rampa em espiral. Não há nada que enganar e não corremos o risco de, ao contrário do que acontece no Met, perdermos aquela obra que queriamos mesmo ver. Em Setembro havia estreado uma exposição intitulada “Rússia”, apresentando pinturas desde o Século XIII até aos nossos tempos, abrangendo os painéis de icones, as pinturas dos czares e até umas instalações contemporâneas (bem esquisitas). Estes quadros vieram, assim, juntar-se àqueles de Kadinsky e Chagall (nascido russo) que já eram parte da colecção do Guggenheim.

O MoMA reabriu recentemente (menos de um ano) após uma extensa renovação que praticamente duplicou a sua capacidade. Aqui tudo é em grande, a começar pela fila de visitantes que pretendem visitar o museu na tarde em que a entrada é livre de money. Para isso dispõem de um lote vago ao lado, onde as pessoas se acomodam em voltas e mais voltas. Quando esse lote vir crescer o prédio que lhe falta, os visitantes do museu terão de ir fazer bicha para a 5.ª Avenida. Em relação à sua colecção, foi o museu de que mais gostei. Abrange arquitectura e design, pintura e escultura, desenhos, fotografia e filmes. A roda de bicicleta de Marcel Duchamp está cá, “Les Demoiselles D' Avignon” de Picasso também estão cá, mais um sem fim de obras de Van Gogh, Matisse, Cézanne, Pissaro... O pequeno jardim do MoMA, com algumas esculturas, é lindo e permite-nos usufruir de um cantinho de bom gosto e calma paredes meias com a confusão da grande cidade.


Entre estes 3 museus vi mais Picassos do que os que havia visto no Museu Picasso, em Paris, exclusivamente dedicado ao pintor.
De referir que as lojas dos museus são verdadeiros pontos turísticos e aqui se encontram dos melhores recuerdos que se podem trazer de NY para os amigos.

NY - 5.ª Avenida

A 5.ª Avenida atravessa verticalmente quase toda a Manhattan. Começa na Washington Square Park e vai até ao Harlem.
Dai que aquela 5.ª Avenida das lojas exclusivas de que nos acostumámos a ouvir falar exista realmente mas vá muito além disso.
As lojas glamurosas de alta costura estão lá, sim senhor, como a Salvatore Ferragamo, Gucci e Prada, bem como a Cartier e a Tiffany´s Co (as outras emigraram para a Madison Avenue, uma rua ao lado, como a Givenchy, Valentino, Giorgio Armani, Versace, Dona Karan, Dolce & gabbana, Ralph Lauren...).
Bem perto convivem lojas mais populares, como as da Disney e da NBA, e outras que vendem de tudo sem qualquer espécie de glamour, como as inúmeras e desinteressantes lojas de souvenirs.


Exemplares de outras épocas, para além da Catedral de St Patrick´s, resta a mansão onde hoje está instalada a Cartier, ambas encravadas no meio dos prédios. Como o complexo do Rockefeller Center e, principalmente, o Empire State Building – o mais alto de NY. O edifício Flatiron, triangular e estreito, fica também na 5.ª Avenida.
Nesta imensa avenida existe ainda lugar para uma porção designada “Museum Mile”, junto ao Central Park, onde estão instalados alguns dos melhores museus do mundo: Metropolitan Museum of Art, Guggenheim Museum, Neue Gallerie, Frick Collection, Museum of the City of NY, El Museo del Barrio e, na rua ao lado, o Whitney Museum of American Art.
Chega?
Na 5.ª Avenida há espaço para tudo, a exemplo da cidade de NY.

terça-feira, outubro 04, 2005

NY - Chinatown

É como que uma cidade à parte.
Tem uma dimensão em área superior à de muitas sedes de concelho do nosso país. Economicamente e culturalmente então nem se fala. A superioridade é absurda.
Ainda por cima, Chinatown tem vindo a crescer, deixando a Little Italy, mesmo ali ao lado, o mero papel de um enclave (a propósito, em Setembro comemorava-se o Festival de San Gennaro, com os restaurantes e banquinhas de comes e bebes da Mulberry St engalanados para receber os convivas. Assim uma espécie dos nossos Santos Populares em ponto pequenino). Também o Lower Esat Side, tradicionalmente terra dos judeus, tem vindo a ser invadido pelos chineses e vietnamitas que não param de chegar a Nova Iorque.
Os nomes das ruas encontram-se expressos tanto em inglês como em chinês, pelas ruas fala-se mais chinês do que inglês (e do que o espanhol, a língua que dominará daqui a poucos anos) e é tão fácil arranjar um jornal chinês quanto um americano. Vêem-se chineses a conduzir as suas bicicletas, a jogar mahjong nos parques e a praticar tai-chi mesmo ao lado de miúdos que jogam basquete.
A confusão nas ruas é total. A principal e mais movimentada é a Canal St. Quem vai à procura das imitações dos produtos de marca é melhor levar a lição bem estudada, pois é certo que o mais fácil é perder-se nesta imensidão de centro comercial a céu aberto. Aqui tudo se vende, mas o mais interessante aos olhos desta que escreve são mesmo os mini-mercados que por aqui abundam, com produtos estranhíssimos mas, certamente, muito saborosos e com a grande vantagem de nos fazer variar na comidinha do nosso dia a dia.

NY - Soho

Soho é um acrónimo para “South of Houston Street”.
À atenção: os nova-iorquinos pronunciam “How-ston”, daí que não seja muito difícil que ocorram algumas barreiras quando se quer dizer o nome desta rua. Nós não entendemos, pelo menos à primeira, e eles topam logo que somos de fora, pelo menos se não pronunciarmos como eles querem o nome da rua em que se baseou o nome Soho.
O Soho preserva uma arquitectura típica, de edifícios de ferro fundido vindos da época industrial. Aqui se encontra a maior concentração de edifícios deste tipo do mundo, cuja preservação deveu-se em grande parte à força que os artistas, e outros, que por volta da década de 50 ocuparam o bairro. Em busca das rendas baixas que os lofts do Soho lhes proporcionavam, descobriram também esta singular arquitectura de ferro fundido, evitando a destruição do bairro pretendida pelos poderes públicos e garantindo, na década de 70, que o bairro viesse a ser legalmente reconhecido e protegido como uma zona histórica.
Apesar dos artistas e da maioria da fauna que lá residia terem fugido mais para baixo, designadamente para Tribeca, é ainda no Soho que se podem vivenciar das melhores experiências em Nova Iorque.
Para além das casas típicas e pictorescas com as escadas de emergência a desempenharem também a função de enfeite dos edifícios, as suas ruas têm algumas das melhores lojas de design da cidade, aí se encontram ainda algumas galerias de arte e também alguma arte urbana, como os grafitis nas paredes. Um dos máximos é a pintura deste prédio, aproveitando uma fachada lisa e sem janelas. Não foram esquecidos os gatinhos à espreita na janela.
O Soho é hoje considerada a meca das compras e é aqui que se podem encontrar as lojas de trapinhos e sapatinhos da moda. Se uma delas não se encontrar a fazer promoções em alguns dos seus produtos, a ideia mais inteligente a tomar é procurar a loja mais próxima, que será mesmo a do lado. Aqui é raro não existir sempre saldos de alguma coisa. Para nos ajudar, este site dá-nos uma ideia do que vai acontecendo em Nova Iorque em matéria de saldos.
E este dá-nos uma ideia da vida no Soho.