Aproveitando a boleia, para as 7 maravilhas de Portugal arriscaria Castelo de Óbidos, Convento de Cristo, Mosteiros da Batalha, Alcobaça e Jerónimos, Palácio Nacional da Pena e Torre de Belém.
Bem sei que são um bocadinho previsíveis, principalmente no que toca à inclusão de Conventos e Castelos, mas creio que esta culpa será de quem escolheu as 21 finalistas sem procurar arriscar noutras arquitecturas menos consensuais para o grande público (o Palácio de Mateus, em Vila Real, poderá ser uma excepção mas não tive até à data oportunidade para o conhecer; a Fortaleza de Sagres, remetendo para o imaginário da época que mais marcou o nosso país poderá ser outra excepção mas acho aquele espaço construído tão pavoroso que não me consigo disso abstrair para me dedicar em exclusivo ao dito imaginário e à sua implantação fantástica).
Posto isto, e sem esquecer o quanto me agrada a Torre de Belém e o Palácio da Pena (a escala e estética de ambos faz-nos imaginar que possuímos um brinquedo), de todas as minhas escolhias destaco o Convento de Cristo de Tomar. Certo e sabido que tem a famosíssima janela manuelina, a renovada Charola da Igreja, claustros magníficos e, como se estes não fossem já suficientes, toda uma história ao seu serviço desde a Ordem dos Templários à Ordem de Cristo que aqui tinha a sua sede e que sob a batuta do seu mestre Infante D. Henrique haveria de empreender a nossa epopeia das descobertas. Mas, o que me faz decisivamente optar pelo Convento de Cristo são alguns elementos que estão para além dele mas que dele fazem parte inerente. Desde logo a sua localização, lá no alto espreitando-se Tomar e o Nabão, envolvido pelas muralhas do Castelo e pela Mata dos Sete Montes. Por aqui desenvolve-se um relativamente extenso aqueduto, de cerca de 6km, que com boa vontade (dos poderes públicos) podia ainda hoje continuar a desempenhar as suas originárias funções de abastecimento de água ao Convento de Cristo. O mais surpreendente é que este aqueduto, cuja construção foi iniciada em 1593 no reinado de D. Filipe I, alcança uma monumentalidade que diria quase escondida na zona do vale de Pegões (nome por que também é conhecido o aqueduto), possuindo na totalidade 180 arcos.
Em todo o caso, muito património a descobrir pelo nosso país afora.
quinta-feira, julho 05, 2007
Maravilhas No Mundo
Em época de votações para as novas 7 maravilhas do mundo, vou com o rebanho e indico em seguida as minhas escolhas.
Apesar de ter tido oportunidade de conhecer in loco 7 das 21 finalistas – Cristo Redentor, Coliseu de Roma, Torre Eiffel, Hagia Sophia, Kremlin / St Basil, Estátua da Liberdade e Alhambra – só esta última entraria na minha lista final.
Assim, ao Alhambra acrescentaria Angkor, Grande Muralha da China, Machu Picchu, Petra, Pirâmides de Gize e Taj Mahal, cheia de esperança de que em breve as possa vir a conhecer sem ser apenas através do cartão postal.
Curiosamente, pensei que neste Verão iria consegui-lo no que ao Machu Picchu diz respeito. Com viagem de avião já marcada para a vizinha Bolívia (a parte que mais dói no meio disto tudo – as intermináveis horas de voo e os intermináveis euros a voar), mal podia imaginar que 3 meses de antecedência seriam insuficientes para reservar o trilho dos Incas até a uma das mais que prováveis novas 7 maravilhas. Felizmente que esta é apenas uma lista infinitamente ínfima e muitos mais locais fantásticos do nosso globo temos a visitar, muitas das vezes bem pertinho das maravilhas “oficiais”.
Do Alhambra – o único da minha lista de que terei histórias vividas para contar – só tenho um senão: o tempo que fui adiando para o visitar. Bem sei que logo na primeira vez que fui até à sua vizinha Serra Nevada o tentei visitar. Era domingo e as gentes incontáveis que tiveram a mesma ideia obrigaram a uma imediata mudança de planos. Os anos foram passando e a minha pouca confiança em vencer os cerca de 30km de asfalto nevado que separam a montanha do Palácio pareciam constituir razão suficiente para não o visitar. Até que finalmente me enchi de coragem mas, ajudada pelo dia mau que afastava a mana do snowboard, ganhava uma parceira para a viagem. O dia mau representava muita neve e vento na Serra e muita chuva cá em baixo, em Granada e no Alhambra. Condições longe do ideal para um passeio que se quer memorável. O certo é que com chuva ou sem chuva esta cidade amuralhada, iniciada no século XIII, com Palácios que, de outra forma, só vemos nos filmes é de visita obrigatória. Os seus palácios luxuosos, encantadores na sua decoração mourisca preciosa e minuciosa, têm à sua altura os luxuriantes jardins.
Pouco mais se pode pedir do que um dia bem passado no Alhambra, de todas as maravilhas finalistas a que mais próximo se encontra de nós, quer em distância quer em influência.
Apesar de ter tido oportunidade de conhecer in loco 7 das 21 finalistas – Cristo Redentor, Coliseu de Roma, Torre Eiffel, Hagia Sophia, Kremlin / St Basil, Estátua da Liberdade e Alhambra – só esta última entraria na minha lista final.
Assim, ao Alhambra acrescentaria Angkor, Grande Muralha da China, Machu Picchu, Petra, Pirâmides de Gize e Taj Mahal, cheia de esperança de que em breve as possa vir a conhecer sem ser apenas através do cartão postal.
Curiosamente, pensei que neste Verão iria consegui-lo no que ao Machu Picchu diz respeito. Com viagem de avião já marcada para a vizinha Bolívia (a parte que mais dói no meio disto tudo – as intermináveis horas de voo e os intermináveis euros a voar), mal podia imaginar que 3 meses de antecedência seriam insuficientes para reservar o trilho dos Incas até a uma das mais que prováveis novas 7 maravilhas. Felizmente que esta é apenas uma lista infinitamente ínfima e muitos mais locais fantásticos do nosso globo temos a visitar, muitas das vezes bem pertinho das maravilhas “oficiais”.
Do Alhambra – o único da minha lista de que terei histórias vividas para contar – só tenho um senão: o tempo que fui adiando para o visitar. Bem sei que logo na primeira vez que fui até à sua vizinha Serra Nevada o tentei visitar. Era domingo e as gentes incontáveis que tiveram a mesma ideia obrigaram a uma imediata mudança de planos. Os anos foram passando e a minha pouca confiança em vencer os cerca de 30km de asfalto nevado que separam a montanha do Palácio pareciam constituir razão suficiente para não o visitar. Até que finalmente me enchi de coragem mas, ajudada pelo dia mau que afastava a mana do snowboard, ganhava uma parceira para a viagem. O dia mau representava muita neve e vento na Serra e muita chuva cá em baixo, em Granada e no Alhambra. Condições longe do ideal para um passeio que se quer memorável. O certo é que com chuva ou sem chuva esta cidade amuralhada, iniciada no século XIII, com Palácios que, de outra forma, só vemos nos filmes é de visita obrigatória. Os seus palácios luxuosos, encantadores na sua decoração mourisca preciosa e minuciosa, têm à sua altura os luxuriantes jardins.
Pouco mais se pode pedir do que um dia bem passado no Alhambra, de todas as maravilhas finalistas a que mais próximo se encontra de nós, quer em distância quer em influência.
quarta-feira, julho 04, 2007
Rituais de Luz
Se o reaproveitar dos equipamentos que outrora desempenharam uma função decisiva e insubstituível para a vida de uma cidade se revela de elementar bom senso e respeito pela história, transformando-os, por exemplo, em espaços museológicos, aproveitar ainda esses mesmos locais para aí se apresentar exposições, então, é conseguir quase o pleno no sentido de aliar o antes e o depois, permitindo uma nova vida a maquinarias que a merecem.
Vem isto a propósito da exposição “Rituais de Luz”, de Branislav Mihajlovic, que decorre até ao próximo sábado na Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos, parte do Museu da Água que a EPAL nos oferece.
Vem isto a propósito da exposição “Rituais de Luz”, de Branislav Mihajlovic, que decorre até ao próximo sábado na Estação Elevatória a Vapor dos Barbadinhos, parte do Museu da Água que a EPAL nos oferece.
Já tinha tido a oportunidade de conhecer o espaço em si, perto de Santa Apolónia, com acesso, precisamente, pela Calçada dos Barbadinhos, paredes meias com um bloco de apartamentos do arquitecto Manuel Salgado, numa zona da cidade que não prima pela boa conservação dos seus edifícios mas, ao mesmo tempo, uma zona da cidade pitoresca, com vistas fabulosas para o nosso Tejo. Da Estação Elevatória, por entre as suas janelas de vidro rasgadas a toda a altura, o azul do céu cai numa perfeita harmonia no azul do rio, com a companhia da cor do sol que só na nossa cidade, e em particular nesta zona oriental, é possível observar.
Por entre as máquinas a vapor e as caldeiras que funcionaram até 1928 e ocupam esta Estação Elevatória desde 1880, com o objectivo originário de elevar as águas vindas do rio Alviela para o reservatório da Verónica e a Cisterna do Monte, com isso aumentando o volume de água a fornecer à cidade, convivem nesta altura os quadros de Branislav Mihajlovic (http://www.branislavmihajlovic.com/), sérvio radicado em Portugal que, informa o folheto da exposição, se terá também apaixonado pela luz da cidade. Todas as suas obras aqui expostas encontram-se plenamente integradas neste, à partida, pouco ortodoxo espaço para o efeito. Entre algumas obras cândidas figurando bancos de jardim, camas e cadeiras (de hospitais?) surgem outras mais duras, como as que remetem para a Guerra Civil de Espanha ou as que representam rostos expressivos.
Destaque absoluto, no entanto, para “Biblioteca” e “Colunas (Fragmentos)”. O primeiro, conjunto empilhado de livros – mesmo – sobre cujas pinceladas produzem como resultado um jogo estético maravilhoso. O segundo, através da utilização de fragmentos – mesmo – de pedras bem envolvidas na pintura que nos permitem uma visão real das colunas do que imaginamos ser um antigo templo romano.
A não perder.
Por entre as máquinas a vapor e as caldeiras que funcionaram até 1928 e ocupam esta Estação Elevatória desde 1880, com o objectivo originário de elevar as águas vindas do rio Alviela para o reservatório da Verónica e a Cisterna do Monte, com isso aumentando o volume de água a fornecer à cidade, convivem nesta altura os quadros de Branislav Mihajlovic (http://www.branislavmihajlovic.com/), sérvio radicado em Portugal que, informa o folheto da exposição, se terá também apaixonado pela luz da cidade. Todas as suas obras aqui expostas encontram-se plenamente integradas neste, à partida, pouco ortodoxo espaço para o efeito. Entre algumas obras cândidas figurando bancos de jardim, camas e cadeiras (de hospitais?) surgem outras mais duras, como as que remetem para a Guerra Civil de Espanha ou as que representam rostos expressivos.
Destaque absoluto, no entanto, para “Biblioteca” e “Colunas (Fragmentos)”. O primeiro, conjunto empilhado de livros – mesmo – sobre cujas pinceladas produzem como resultado um jogo estético maravilhoso. O segundo, através da utilização de fragmentos – mesmo – de pedras bem envolvidas na pintura que nos permitem uma visão real das colunas do que imaginamos ser um antigo templo romano.
A não perder.
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