O antepenúltimo dia em Londres foi um dia sem transportes, com excepção da volta ao hotel à noitinha. Foram seguramente mais de 20 km de voltas e mais voltas desde Earl´s Court até Tottenham Court Road.
O itinerário foi mais ou menos o seguinte:
Saindo de Earl´s Court em direcção ao Battersea Park, do outro lado do rio, fui passando pelos bairros residenciais que tanta admiração me causam naquela zona da cidade que já não sei muito bem se ainda é Kensigton ou já é Chelsea.
Atravessado o rio numa ponte em manutenção – pelo que não deu para observar convenientemente a cidade sobre a água – o Battersea Park é apenas mais um dos muitos parques de Londres que nos fazem descontrair dentro da cidade. Este tem como curiosidade a existência de um pagode japonês, o Pagode da Paz.
Mesmo junto ao rio, os rapazes do remo vão-se exercitando. Que luxo poder treinar por aqui.
De volta ao outro lado do rio, fui em direcção à Sloane Square e à King´s Road. A minha intenção inicial era percorrê-la todinha, mas acabei por ficar longe de o fazer. Visitei a Saatchi Gallery, agora muito bem instalada num edifício enorme, e diverti-me com a arte contemporânea ali exposta. Ali bem pertinho fica a John Sandoe Books e só por ela já teria valido a pena vir a Londres. Estou até hoje a sonhar com uma biblioteca assim: montanhas de livros, todos empilhados nas prateleiras ou no chão, pelas escadas e pelos corredores, mas tudo com uma ordem que faz todo o sentido. Isto numa área tão pequena que de facto ainda acredito que poderei fazer o mesmo da minha casa.
Subindo a Sloane Street até me deixar entrar pelo luxuoso bairro de Belgravia, onde dei de caras com a embaixada de Portugal e de mais um monte de países, cheguei ao Hyde Park Corner. Aí foi só seguir pela Constitution Hill para ficar de caras com o Buckingham Palace.
Desta vez não liguei nenhuma à rainha e fui directa ao St James Park. Vi a roda do Eye de longe e pensei que no dia seguinte, por altura dos fogos da passagem de ano, não seria nada má ideia vir vê-los daqui. E… fui brincar às fotografias com os esquilos, passatempo que não se pode deixar de exercitar em Londres.
Aqui chegada, era hora de deixar a semi pacatez dos parques (os turistas eram mais do que muitos) e entrar na zona mais movimentada da cidade: entre Piccadilly e Oxford St. Lojas e mais lojas, e nenhuma compra. Regent St para cima, New Bond e Old Bond St para baixo até voltar ao ponto inicial em Piccadilly.
Posto isto, estava prontinha para entrar no Soho e sua Chinatown. A confusão era total, só a entrada em algumas lojas alternativas e loucas safava. Depois de umas quantas voltinhas pelas suas ruas, segui pela Charing Cross Road. Não esquecer que esta é a rua de quase todas as livrarias.
Já não sei bem qual era a ideia de chegar a Totthenham Court Road, talvez simpatia pelo nome, o que sei é que nesta altura já estava de rastos e o facto de o dia começar a cair talvez explicasse parte da coisa. Fui para Convent Garden e andei à procura de uns ténis mais confortáveis na Gola, na Onitsuka Tiger, na Puma. Não me decidi por nenhuns e aguentei-me com os meus Merrell que já começavam a fartar-se de mim e faziam questão de o mostrar. Ainda tive tempo de comprar uns cds novos e recentes a 3 libras. Uahu. Para compensar, quero acreditar que nem na Rough Trade East nem na Pure Groove (outra que só encontrei fachada) encontraria destas pechinchas.
E pronto, nada mais havendo a apresentar, deu-se por terminado o dia com a volta ao ponto de partida, mas agora com o bendito underground.