Desde o ano 2000 que os maiores arquitectos têm sido convidados a desenhar um pavilhão junto à Serpentine Gallery, uma estrutura temporária para ocupar os meses do verão.
A Serpentine foi construída em 1934 como uma sala de chá e em 1970 redefiniu-se como galeria para exibição de arte moderna e contemporânea. Fica no Hyde Park e leva o nome do maravilhoso lago
que aqui encontramos no meio dos imensos jardins. Por esta altura apresentava
uma exposição de Yoko Ono, para sempre
mulher de John Lennon.
Nunca tinha tido oportunidade
de visitar Londres no verão desde 2000 para cá, logo, nunca tinha dado de caras com um destes pavilhões que já foram desenhados por nomes
como Zaha Hadid, Frank Gehry, Jean Nouvel, Oscar Niemeyer ou os nossos Siza
Vieira e Souto Moura.Até este verão olímpico. Neste ano de 2012 as figuras convidadas foram a dupla de arquitectos suíça Herzog & de Meuron e o artista chinês Ai Weiwei, os quais já tinham colaborado na criação do Estádio Olímpico de Pequim. O espaço, sempre certeiramente integrado com a envolvente, consiste num género de anfiteatro coberto, a que não faltam uns banquinhos em forma de rolha feitos, precisamente, de cortiça. E portuguesa. O pavilhão está construído num plano inferior, dai que quando lá entremos nos sintamos como que encaixados numa concha. Mas aconchegados. O tecto redondo, de uma placa que se torna translúcida com o efeito da água que a ocupa, reflecte as inúmeras arvores que marcam presença no espaço. Aqui, com este tecto / espelho ao nível da nossa cintura, damos connosco a flutuar. Boa introdução aos Pavilhões da Serpentine.