Percorrer, atravessar, deambular, contemplar, descobrir os Andes é, numa única palavra, soberbo.
Podemos fazé-lo das mais diversas formas. Porém, para contemplar existe uma que, pelas suas características, pode ser verdadeiramente arrebatadora. Refiro-me a sobrevoar os Andes. Percorrer longitudinalmente a espinha dorsal da América do Sul.
O que à partida parecia ser mais um voo aborrecido e um meio para atingir um fim (literalmente, porque o objectivo era chegar a Punta Arenas, que fica no fim do mundo. Ou será o início? ), transformou-se numa experiência magnífica e esclarecedora da geografia maravilhosa deste pedaço do nosso planeta.
Devem-se ter conjugado os astros, pois o resultado foi extraordinário. Aliado às condições meteorológicas perfeitas, ainda tivemos a sorte de irmos no lado certo do avião (esquerdo, se não me engano). Depois... Depois, foi só contemplar e disfrutar da maravilhosa paisagem. As pérolas que ficam entre Santiago do Chile e Punta Arenas foram todas avistadas. Os diversos vulcões (Puyehue, Osorno). A Laguna de San Rafael. Os glaciares. Os picos nevados. Os picos mais emblemáticos, como as Torres del Paine.
Obviamente que o voo oferece-nos sobretudo uma panorâmica, uma visão superficial. Não ficamos a conhecer verdadeiramente os lugares. No entanto, a paisagem é tão avassaladora que tudo o resto é que se torna superficial.