Um dos aspectos mais interessantes de Nova Iorque é a vida que se sente pelas suas ruas. Com o multiculturalismo, que a torna uma cidade cosmopolita, parece que passamos de uma cidade para outra em questão de quarteirões. Mas, à parte as aves raras das Madison e 5.ª Avs e dos vários bairros étnicos, o que é bonito de ver é também os pequenos grupos, ou artistas a solo, que decidem animar quem passa.
No Central Park alguém tomou a iniciativa de vedar uma área, ligar o rádio, alugar uns patins e determinar que se dançasse com as rodinhas debaixo dos pés. Era com cada cromo! Eu nem sem patins conseguiria mexer o corpo daquela maneira. Muito cool!
Outros optaram pelas danças com o pé no chão (excepto quando pulavavam muitos metros acima dele). Cativando os que passavam para que participassem no show e tentassem fazer os malabarismos que eles faziam.
Uma das coisas que impressionou pela negativa foi ver a quantidade de sem-abrigo que dormem pelas ruas. De dia andam de um lado para o outro com os seus pertences que cabem numa simples mala. De noite estendem-se no chão improvisando a sua casa e a sua cama. Alguns com óptimo aspecto (o que é isso de valorar o aspecto numa cidade em que ninguém olha para ninguém ou, pelo menos, finge não olhar?).
Também se vêem muitos a andar durante o dia sem rumo, falando sozinhos.
Talvez a terra das oportunidades seja também a terra em que mais nos encontramos pressionados para alcançar o sucesso. Daí à loucura será um passo. Ou terei ficado com uma imagem errada?