segunda-feira, agosto 01, 2011

Mar Morto



No Mar Morto, língua de água cheia de sal que divide a Jordânia de Israel, há praias públicas, mas para se viver em grande há que ficar num resort. Claro que a grande experiência é entrar na água, mas vale a pena gastar mais uns tostões que, feitas bem as contas, talvez não sejam assim tão mais, uma vez que mesmo nas praias públicas se paga bem para entrar.



O Mar Morto é o ponto mais baixo do planeta no que a altitude diz respeito, a cerca de 423 metros abaixo do nível médio da água. Dada a elevada salinidade, é quase impossível a vida neste mar / lago. A água parece um espelho autêntico, de um azul tão profundo que parece ter sido pintado à mão. Quando o sol se põe, então, os reflexos dos pequenos gestos das pessoas a boiar dão-nos uma imagem lindíssima.





Quando entramos na água o difícil é assumirmos qualquer coisa parecida com a posição vertical. A mãe tinha dito que era perigoso entrar aqui, que não podíamos mergulhar se não era como bater com a cabeça numa parede, e que se bebêssemos um pirolito morreríamos de imediato. Para a descansarmos prometemos que não mergulharíamos e que não abriríamos a boca ali perto. Cumprimos a promessa e não o fizemos. De qualquer das formas, se o tentássemos, não o conseguiríamos: o corpo não só não vai ao fundo como tentar nadar bruços sem que as pernas levantem é uma proeza que nem ao alcance de Michael Phelps estaria mesmo que ele nadasse o estilo de bruços. É verdadeiramente esquisito. Mas deslumbrante entrar ali com um jornal na mão e saber que não corremos o risco de o molhar porque as nossas mãos não conseguem entrar na água. O ponto negativo da história é que se tivermos um cortezinho na pele vai arder um bocado. Ui.



Um alerta, porém. Dada a necessidade de água para os vários resorts na área, bem como para o norte do país, Amman e arredores, o Mar Morto tem vindo a encolher. De lembrar ainda que a Jordânia é um dos países com graves problemas no acesso à água, o petróleo do futuro.