quinta-feira, abril 05, 2012

Parque e Palácio de Monserrate



A caminhada desde o centro da Vila até Monserrate é agradável e fácil, pela estrada com não muito trânsito mas sem bermas.
Monserrate tem uma história curiosa que começou com o nome de Quinta da Boa Vista no século XVI, mesmo século em que foi aí construída uma capela dedicada a Nossa Senhora de Monserrat.
Depois de propriedade de nacionais passou para uma série de ingleses, como De Visme, o responsável pela construção do primitivo palácio neo-gótico no lugar da capela, ou William Beckford que se dedicou à construção do jardim, incluindo a cascata e os arcos de pedra. Com a partida deste no princípio do século XIX o local entrou em declínio e a sua fama romântica cresceu, muito por causa de Lord Byron e dos seus relatos de viagem. Em 1841 inicia-se a reabilitação de Monserrate – palácio e jardins – por intermédio de outro inglês de nome Francis Cook. Em 1949, após a compra da propriedade por um português comerciante de antiguidades que leiloou o recheio do palácio e tentou lotear a quinta, o Estado adquiriu-a. Se dissermos que só em 2001 se iniciou o processo de recuperação do hoje imóvel classificado, dá para ver muito bem quantas décadas teve esta beleza para se degradar.
O certo é que hoje ela aparece-nos em todo o seu esplendor. No seu conjunto é um excelente exemplo da arquitectura do período romântico em Portugal, com uma mescla de gótico veneziano com influências indianas e mouriscas. O jardim, que vem por aí abaixo do palácio, ou este vem por aí acima, bem pertinho do céu, como se um troféu se tratasse, o jardim, dizia, é um manto interminável de verde, com caminhos que se entrecruzam com direito a ramos a fazer de ponte e laguinhos com nenúfares.
As obras no interior ainda estão a desenrolar-se ao mesmo tempo que podemos ir aproveitando o já recuperado. E que bem recuperado. Uma maravilha que deixo para as fotos. Mas não deixo de pensar e dizer… ai aqueles tectos!