Os territórios conhecidos como Hong Kong são todos bem servidos de transportes. O autocarro é a forma de se chegar ao sul da ilha, onde ficam as
melhores praias. Não visitámos tudo, ficou a faltar Shek O, a sudeste.
A
primeira paragem do agradável percurso de autocarro foi
em Stanley, conhecida sobretudo pelo seu mercado e praias. Tem uma avenida
marginal pedonal com restaurantes e pubs que se encontram em qualquer grande
cidade do mundo. O sol brilhava no primeiro dia do ano de 2013 fazendo com que
o reflexo na água, juntamente com o pier
adentrando a baia, fizesse um postal bonito.
Stanley
foi um dos maiores povoamentos da ilha quando os britânicos aqui se estabeleceram. Hoje, apesar de albergar uma
prisão de segurança máxima, é lugar para uma boa escapada da confusão da grande cidade, seja para os locais, seja para os
turistas.
Seguimos
para Aberdeen, com as suas casas flutuantes e, sobretudo, restaurantes
flutuantes mega hiper turísticos como o Jumbo. O kitsch
em todo o seu esplendor.
O porto
de Aberdeen, é um emaranhado de barcos ali
estacionados, testemunho de uma época que já lá vai onde muitos encontravam
uma profissão na pesca e outras
actividades relacionadas com o mar. Hoje muitos abandonaram os barcos e
instalaram-se do outro lado do porto em Ap Lei Chau, diz-se que um dos lugares
mais densamente populados do mundo. Olhando para aquelas fileiras de edifícios onde é difícil contar os seus andares ou sequer saber onde termina um
edifício e começa o outro, não é difícil acreditar que metade da
população de Lisboa caiba aqui. Se
calhar estou a ser ingénua e na verdade a população inteira de Lisboa viveria aqui à larga.
Mas voltando ao porto de Aberdeen, onde é quase impossível escapar à pressão dos locais para fazermos um passeio de Sampan, o mais pitoresco é observarmos como muitos dos barcos hoje servem de casa. Uma distraída olhada e vemos roupa estendida; um olhar mais atento deixa-nos ver canteiros de flores a decorar a entrada destas casas improvisadas. Ou seja, sem darmos por isso estamos a ser testemunhas do dia a dia de uma família que teve de se adaptar a uma nova realidade. Não esquecendo, no entanto, que os rios sempre foram lugar de vida, onde se acorda, trabalha, descansa e dorme.
A próxima e última paragem desta jornada foi Repulse Bay, mais elegante do que Stanley e onde os ricos possuem a sua casa. Também, pudera. O visual desta zona é fantástico e ao virar de uma curva ainda plena de vegetação aparece-nos uma baia com uma praia de cortar a respiração, como Deep Water Bay, perto de Repulse Bay.
Nesta, ao
fim daquela tarde, com o sol já a querer fugir, apesar de
sentir tudo menos calor pareceu-me que este seria o local ideal para o primeiro
mergulho do ano. Não se proporcionou, porém. Daí a umas poucas horas iria
enfrentar o quase dia inteiro de viagem de volta para casa. Não sem antes assistir a mais uma explosão de cor e fantasia com o Santuário Kwun Yam, bem ao fundo da praia.
Este é uma colecção de divindades, com um sem número de estátuas, algumas delas enormes, representando diferentes figuras na mitologia chinesa. Mesmo não acreditando naquelas crenças de que se fizeres isto vais ter aquilo, vale bem a pena andar por ali observando todas estas imagens.
Excelente
forma de acabar a viagem.