quarta-feira, janeiro 23, 2013

Hong Kong


Hong Kong é uma das regiões especiais administrativas da China, situada no sul deste país, onde o Rio das Pérolas encontra o Mar do Sul da China.

Muitos epítetos se lhe aplicam, talvez o mais conhecido seja o "onde o oriente encontra o ocidente". É um dos maiores centros financeiros do mundo, uma das regiões mais densamente populadas do mundo, o seu skyline é dos mais preenchidos do mundo, o seu porto um dos mais movimentados do mundo. Chega de tanto mundo, para esta região que há apenas dois séculos não passava de uma vila de pescadores e os cheiros que a inundavam eram aromáticos, levando ao seu nome: Porto Perfumado, ou seja, Hong Kong.

Desde o século XV, quando o primeiro europeu aqui chegou (quem mais se não um português?) que as suas costas eram lugar de encontros comerciais. Mas a política chinesa da época era uma de reclusão e fecho dos seus portos aos estrangeiros. O evento que tudo veio mudar foram dois na realidade: a primeira guerra do ópio (entre 1839-42) e a segunda guerra do ópio (entre 1856-60) opondo os chineses ao império britânico. Estes, conhecendo o vício dos chineses pela papoila que os bifes conseguiam obter de outras suas colónias, usaram essa "falha" para obrigá-los a abrirem os seus portos ao comércio e concederem-lhes regimes mais favoráveis nas negociações. Conseguiram assim o território da ilha de Hong Kong. Ao longo dos anos os britânicos foram estendendo o seu território em terras da China à península de Kowloon e aos Novos Territórios.

É precisamente de todas estas áreas de que se fala quando nos referimos hoje a Hong Kong: a ilha propriamente dita, onde estão os maiores arranha-céus e o seu centro financeiro, a península de Kowloon, bairros onde as tríades se instalaram, e os Novos Territórios, terra sem nada até há uns poucos anos e onde hoje se vêem prédios e mais prédios numa luta desbragada a caminho do céu e a caminho da China. A fronteira com a China fica a poucos quilómetros daqui, com Shenzhen logo a aparecer.

À beira de todos estes territórios encontramos ainda umas quantas ilhas, umas mais a atirar para o rochedo, outras bem grandotas, como Lantau, a ilha do aeroporto, da Disneyland e do Buda gigante.

Hong Kong é, pois, muito mais do que prédios e compras. Dá-nos uma ou duas mãos cheias de possibilidades para caminhadas ou zarpar num barco.

Um aviso à navegação, porém, no que respeita às compras: tirando os produtos da Apple, em que Hong Kong é o ponto do mundo em que eles são mais baratos, não creio que se façam melhores compras aqui do que em Nova Iorque, a não ser que se esteja mesmo numa de perder tempo só com isso e se procure abundantemente nos pontos menos óbvios afastados do centro.