Hong Kong é uma das regiões especiais administrativas da China, situada no sul deste país, onde o Rio das Pérolas encontra o Mar do Sul da China.
Muitos epítetos se lhe aplicam, talvez o mais conhecido seja o
"onde o oriente encontra o ocidente". É
um dos maiores centros financeiros do mundo, uma das regiões mais densamente populadas do mundo, o seu skyline é dos mais preenchidos do mundo, o seu porto um dos mais
movimentados do mundo. Chega de tanto mundo, para esta região que há apenas dois séculos não passava de uma vila de
pescadores e os cheiros que a inundavam eram aromáticos,
levando ao seu nome: Porto Perfumado, ou seja, Hong Kong.
Desde o século XV, quando o primeiro europeu aqui chegou (quem mais
se não um português?) que as suas costas eram lugar de encontros comerciais.
Mas a política chinesa da época era uma de reclusão e fecho dos seus portos aos
estrangeiros. O evento que tudo veio mudar foram dois na realidade: a primeira
guerra do ópio (entre 1839-42) e a
segunda guerra do ópio (entre 1856-60) opondo os
chineses ao império britânico. Estes, conhecendo o vício
dos chineses pela papoila que os bifes conseguiam obter de outras suas colónias, usaram essa "falha" para obrigá-los a abrirem os seus portos ao comércio e concederem-lhes regimes mais favoráveis nas negociações. Conseguiram assim o território da ilha de Hong Kong. Ao longo dos anos os britânicos foram estendendo o seu território em terras da China à
península de Kowloon e aos Novos
Territórios.
É precisamente de todas estas áreas de que se fala quando nos referimos hoje a Hong Kong:
a ilha propriamente dita, onde estão os maiores arranha-céus e o seu centro financeiro, a península de Kowloon, bairros onde as tríades se instalaram, e os Novos Territórios, terra sem nada até
há uns poucos anos e onde hoje
se vêem prédios e mais prédios numa luta desbragada a
caminho do céu e a caminho da China. A
fronteira com a China fica a poucos quilómetros daqui, com Shenzhen
logo a aparecer.
À beira de todos estes territórios encontramos ainda umas quantas ilhas, umas mais a
atirar para o rochedo, outras bem grandotas, como Lantau, a ilha do aeroporto,
da Disneyland e do Buda gigante.
Hong Kong
é, pois, muito mais do que prédios e compras. Dá-nos uma ou duas mãos cheias de possibilidades para caminhadas ou zarpar num
barco.
Um aviso à navegação, porém, no que respeita às compras: tirando os produtos
da Apple, em que Hong Kong é o ponto do mundo em que eles
são mais baratos, não creio que se façam melhores compras aqui do
que em Nova Iorque, a não ser que se esteja mesmo numa
de perder tempo só com isso e se procure
abundantemente nos pontos menos óbvios afastados do centro.