sexta-feira, julho 08, 2016

Piodão - Foz de Égua - Piodão

Este percurso circular tem cerca de 7 km. 


Bem sinalizado no Piodão através de placas, subimos até ao cemitério para iniciar o percurso que nos levará a Foz de Égua. O caminho é fácil fisicamente e gratificante visualmente. Rapidamente nos sentimos esmagadas pela paisagem da Serra do Açor, montes com vegetação a envolverem-nos no vale. 




Do lado contrário onde seguimos caminho - e aquele por onde retornaremos - vamos vendo desfilar pela encosta uma série de casas em xisto abandonadas. Perguntamo-nos se alguém alguma vez terá vivido naquele isolamento ainda maior, ou se apenas foram em tempos casas de arrumos de material ou de animais. 




Os socalcos marcam presença e observando bem conseguimos destrinçar neles casas em fila. 
Lá bem em baixo segue o rio.









Apesar da alegre caminhada, saudamos a chegada ao lugar de Foz de Égua. Uma vez mais, casas em xisto debruçadas na paisagem. E uma praia fluvial para refrescar. Sobre as ribeiras do Piodão e de Chãs de Égua temos uma ponte de madeira em U que balança sem parar e parece poder ceder a qualquer momento. Não me aventuro a atravessá-la e faz-me impressão só de ver tremelicar nos ares quem o faz. 
O momento kitsch do passeio acontece num plano mais elevado na paisagem, onde foram construídas umas indescritíveis capelas.







Adiante que é hora de regressar.



Seguindo pela outra margem do rio, o percurso é menos frequentado e menos fácil. Mas só o seu início, pois há que subir a bom subir por terreno pedregoso e algo instável. Depois de seguir um pouco pelo asfalto voltamos ao caminho e ficamos com os socalcos mesmo à mão de semear. Ainda se vêem pessoas a trabalhar a terra. Grande parte do caminho é percorrido junto a uma levada e em todo o percurso o som da água é uma companhia constante e amiga, embora mais profunda nesta parte. 



Passamos mais uma pequena ponte com um fiozinho de água a correr nas paredes que lhe protegem as costas e logo começamos a sentir o anfiteatro do Piodão mesmo à nossa frente. Deve haver poucos lugares melhores do que este para se ficar face a face com o maior conjunto de casas de xisto e telhado de lousa. Ainda para mais, pronto a ser contemplado em plena solitude, como manda a tradição.