Buenos Aires é uma cidade de cafés. Daqueles onde dá vontade de ir estando sem ser incomodado. Confesso que não tenho por hábito frequentar cafés, mas quem não fica deslumbrado ao entrar, por exemplo, no Majestic, só para citar um no nosso país, no caso, no Porto?
O Tortoni é o mais antigo da Argentina, fundado em 1858 e situado na Av. de Maio, é um local onde se pode jogar bilhar, assistir a espectáculos (tango, jazz), tomar café, claro, ou simplesmente contemplar a história que por ali passou e foi sendo feita. Teve frequentadores assíduos entre artistas, políticos, intelectuais, escritores, como Borges, Garcia Lorca, Sábato.
É autêntico, apesar de vir nos guias turísticos. Aliás, se não fosse esta referência, provavelmente não saberia da sua existência. Durante o dia passei por lá para tomar qualquer coisa e à noite decidi voltar para assitir a um show de Tango. Como não é daquelas casas tipicamente turísticas, pelo menos no que ao Tango diz respeito, o ambiente era constítuido por porteños e não tão jovem assim. À excepção, então, das duas manas portuguesas, acabadas de entrar na casa dos 20 anos. Se estavamos perdidas, rapidamente nos envolvemos completamente. Um casal de velhotes sentado na mesa ao lado convidou-nos para a sua mesa e serviu-nos de anfitriões para o resto da noite. Ele era poeta e, vim a saber depois, um daqueles conceituados que vivia no Tortoni. Quando soube que eramos portuguesas, logo se lembrou de um jogador de futebol fantástico que havia jogado na nossa terra e casado com uma portuguesa monissíma que levou para a Argentina. A Sra Carmen, ex(?) modelo, é ainda hoje conhecida nos meios sociais argentinos e quanto ao futebolísta o Poeta acertou em cheio. As miúdas portuguesas, nem de propósito, eram ferrenhas do clube em que ele jogou em Portugal e por isso sabiam de quem se estava a falar - Yazalde, o fantástico Chirola.
Este começo serviu de arranque para um agradável serão em que o deslumbramento era total. Anos mais tarde havia de recordar aquela noite quando, num programa de um canal por cabo sobre Buenos Aires, volto a ver A.M.M. servindo de anfitrião no Tortoni, agora para um público mais extenso.
Para quem queira saber mais sobre este café, iniciando uma visita cybernética, aqui fica o link .
quarta-feira, fevereiro 23, 2005
quinta-feira, fevereiro 17, 2005
Expresso na Patagónia
Um dos fulanos mais invejados, pelo menos por aqueles que estão sempre a pensar na próxima viagem, voltou à carga.
Depois da sua viagem à volta do mundo por mais de um ano, que nos foi agradavelmente relatando no Jornal Expresso, o Gonçalo Cadilhe começou na semana passada a enviar os textos que vem escrevendo desde a Argentina, onde pretende explorar a Patagónia. Ele bem que tinha avisado na primeira leva de crónicas que Buenos Aires tinha sido a cidade em que se tinha sentido melhor. Agora toca a explorar o resto (que não é pouco). Apesar de ter escrito que talvez se ficasse só pela Argentina, aposto que não vai resistir a dar um pulinho à Patagónia Chilena. Não pode ser de outra forma, a não ser que deixe a missão incompleta para ter a desculpa de lá voltar numa próxima vez - o que apoio desde já, afinal não me canso de ler os seus textos desde há muitos anos, seja no Expresso seja na Surf Portugal. Eis uma profissão de sonho: viajante sem fim.
Depois da sua viagem à volta do mundo por mais de um ano, que nos foi agradavelmente relatando no Jornal Expresso, o Gonçalo Cadilhe começou na semana passada a enviar os textos que vem escrevendo desde a Argentina, onde pretende explorar a Patagónia. Ele bem que tinha avisado na primeira leva de crónicas que Buenos Aires tinha sido a cidade em que se tinha sentido melhor. Agora toca a explorar o resto (que não é pouco). Apesar de ter escrito que talvez se ficasse só pela Argentina, aposto que não vai resistir a dar um pulinho à Patagónia Chilena. Não pode ser de outra forma, a não ser que deixe a missão incompleta para ter a desculpa de lá voltar numa próxima vez - o que apoio desde já, afinal não me canso de ler os seus textos desde há muitos anos, seja no Expresso seja na Surf Portugal. Eis uma profissão de sonho: viajante sem fim.
segunda-feira, fevereiro 14, 2005
Pasaperros
Uma profissão que só conheço de Buenos Aires é a dos Pasaperros.
Para quem não sabe, ela existe sim e consiste em profissionais que levam os cãezinhos de outras pessoas a passear. O detalhe é que, concerteza para a jornada diária render mais, eles passeiam dúzias de cães de uma só vez, enquanto as madames se entregam a outros afazeres. É no mínimo pitoresco.

pasaperros
Para quem não sabe, ela existe sim e consiste em profissionais que levam os cãezinhos de outras pessoas a passear. O detalhe é que, concerteza para a jornada diária render mais, eles passeiam dúzias de cães de uma só vez, enquanto as madames se entregam a outros afazeres. É no mínimo pitoresco.

pasaperros
terça-feira, dezembro 28, 2004
A Sorte
Sobre Buenos Aires escreveu Miguel Sousa Tavares uma lindíssima crónica aqui há uns tempos. Assino por baixo.
Uma Cidade
Por MIGUEL SOUSA TAVARES
Sexta-feira, 04 de Julho de 2003
"Deixem que hoje vos fale de uma cidade - afinal o berço onde todas as políticas começaram e devem ser avaliadas no concreto. De uma cidade que é capital de um país que vive uma tremenda crise económica, acumulando a maior dívida externa do mundo e só agora começando a sair de um período de tamanha turbulência social e política que chegou a ter cinco Presidentes num mês - e todos eles constitucionais. É uma cidade que eu há muito sonhava conhecer e que só agora tive a sorte de o fazer. Porque é uma sorte e uma lição exemplar conhecer Buenos Aires, a capital argentina.
Buenos Aires é uma cidade que nos reconcilia com a condição urbana, que nos lembra que as cidades podem ser construídas para o serviço dos homens e que nos ensina que a dimensão e a beleza são conciliáveis, a monumentalidade e a escala humana podem conviver juntas, os serviços e o comércio podem-se conjugar de forma perfeita com o prazer e a arte de viver uma cidade. Ao contrário, por exemplo, do Rio de Janeiro, cujo enquadramento paisagístico natural não tem paralelo no mundo, Buenos Aires não dispõe de trunfos naturais: não tem costa marítima, nem um rio digno desse nome, não tem lagoas, nem enseadas nem montanhas, enquadrando-a. Não há um Cristo Redentor a quem dar graças por tanta fortuna. Aqui, tudo é obra dos homens e nada é acrescento divino. É uma cidade feita por homens e para os homens viverem. Por homens visionários e arrojados que ousaram pensar grande, que construíram a mais antiga e ainda hoje a maior e mais bonita ópera de todas as Américas - o Teatro Cólon, decorado com mármores de Carrara e de Estremoz -, que secaram pântanos para plantarem os mais fantásticos jardins públicos, que os semearam de uma profusão de estátuas de pedra e de bronze (tantas que, quando já não havia mais heróis nacionais para representar, foram dedicadas a Mozart ou a Verdi), que deitaram abaixo quarteirões inteiros para rasgarem algumas das mais largas avenidas do mundo (a 9 de Julho é mesmo a mais larga do planeta), que, de um canal vindo do Rio de La Plata - que outrora servia a cabotagem e de que a respectiva administração portuária, ao contrário do que sucede entre nós, abriu mão por completo a favor da cidade -, transformaram numas maravilhosas docas de pequenos edifícios de tijolo vermelho, ao serviço do comércio, dos bares e restaurantes e da marinha de recreio, em pleno coração da cidade.
Dizem os brasileiros, com a sua tradicional rivalidade com os argentinos, que eles são uma espécie de italianos que falam espanhol e gostariam de ser ingleses. Não perceberam como esta ironia presunçosa revela afinal um tributo: Buenos Aires e a Argentina foram construídas com o melhor de Itália, da Espanha, da França e da Inglaterra. Para Buenos Aires, os espanhóis trouxeram a história e a monumentalidade, os italianos o bom gosto e a arte de viver, os franceses a decoração e os ingleses os jardins e a paixão pelos cavalos. Por isso, na cidade convivem harmoniosamente os pequenos bairros populares antigos, território do tango e de uma certa rufiagem cativante, com os quarteirões de arranha-céus, sobrepostos por décadas sucessivas de arquitectura futurista, desde os anos 20 até à actualidade (foi a primeira cidade da América Latina a erguer um arranha-céus, a primeira a escavar um metropolitano, em...1910!). Convivem a zona tradicional de comércio da "Baixa" com a zona de serviços e escritórios, a zona de edifícios públicos em volta da Praça de Mayo e da Casa Rosada com as magníficas zonas residenciais, como Recolletos (sic, o Autor queia, certamente, escrever Recoleta), com a sua profusão de antiquários, galerias de arte, livrarias (abertas até à meia-noite!) e, em cada esquina, o seu café, que é um verdadeiro café, local de estar, de ver e de conversar, sem fórmicas, nem alumínios nem plásticos, mas sim móveis de madeira antiga, tampos e balcões de mármore, fotografias gastas pelo tempo, homenageando os antigos frequentadores, de Borges a Fangio, de Gardel a Péron (e, de cada vez que pedir uma simples "bica", saiba que ela vem sempre acompanhada por um copo de água com gelo, dois biscoitos e um guardanapo de papel espesso). Por isso também, em homenagem à influência inglesa, Buenos Aires tem ainda, não na periferia, mas em pleno centro, milhares de hectares de relvados e jardins públicos a perder de vista, com três hipódromos, dois estádios de pólo, "country clubs", campos de futebol, de básquete, de ténis, picadeiros e escolas de equitação, percursos pedonais, para cavalos e para ciclistas, jardins infantis e jardins japoneses, jardim zoológico e jardins para passear cães, marinas e até um aeroporto para voos internos em pleno centro. E todas estas zonas - a comercial, a de serviços, as residenciais e as de lazer - não funcionam por territórios estanques, mas sim interligados, integrados uns com os outros, de modo que não há zonas desertas ou abandonadas conforme os horários, antes uma cidade que é habitada, vivida e desfrutada na sua totalidade.
Coitados dos brasileiros e da sua dor de cotovelo: a verdade é que os argentinos estão décadas, se não séculos, à frente dos brasileiros, em termos de civilização, de cultura e de qualidade de vida, mesmo se em plena recessão económica. E coitados de nós, que ainda planeamos as cidades de acordo com os interesses dos construtores civis e as necessidade de receitas das câmaras e que temos uma capital onde o grande problema actual é a localização de um casino que se destina a financiar a recuperação de uns teatros de revista que ninguém irá frequentar, porque há cadáveres irrecuperáveis e ainda bem. Em Buenos Aires, pelo contrário, é quase impossível conseguir um bilhete para a ópera, os teatros estão cheios, as casas de tango estão cheias, os jardins estão cheios e milhares de pessoas acotovelam-se a um domingo à tarde para ver uma mostra de pintura contemporânea.
Porque a irrecusável verdade é esta: cada povo tem as cidades que merece. Os políticos argentinos não são melhores do que os nossos, pelo contrário, são bastante piores. Mas o povo é infinitamente mais culto, mais exigente e mais civilizado. Não esperaram pelo Estado para se educarem, para aprenderem e para saberem fazer e exigir. E, se não podem exigir bons governos e bons políticos, podem e exigem bons cafés, bons serviços, boas lojas, boas livrarias, bons teatros. Em Buenos Aires um motorista de táxi pode-se comportar como um verdadeiro "John, 'chauffeur' russo", saindo para abrir a porta de trás às senhoras, pode esperar uma hora sem se lamentar e de taxímetro desligado (!), pode-nos ir apontando a dedo todas as influências arquitectónicas europeias nos edifícios da cidade, pode dissertar sobre a história, a política ou a economia do país e até falar-nos dos livros de Saramago. Em Buenos Aires, um "barman" pode decidir espontaneamente oferecer-nos uma bebida, só porque simpatizou com o nosso "sentido de humor", um livreiro pode ficar sinceramente abalado, se não encontramos o livro que procurávamos e dispor-se a telefonar para outra livraria para saber se o têm, um empregado de mesa pode-se confundir com um cantor de tango e um cantor de tango com um grande de Espanha arruinado. Povos assim constroem cidades assim. Vastas, largas, onde tudo é humano e, todavia, o horizonte desmedido."
Uma Cidade
Por MIGUEL SOUSA TAVARES
Sexta-feira, 04 de Julho de 2003
"Deixem que hoje vos fale de uma cidade - afinal o berço onde todas as políticas começaram e devem ser avaliadas no concreto. De uma cidade que é capital de um país que vive uma tremenda crise económica, acumulando a maior dívida externa do mundo e só agora começando a sair de um período de tamanha turbulência social e política que chegou a ter cinco Presidentes num mês - e todos eles constitucionais. É uma cidade que eu há muito sonhava conhecer e que só agora tive a sorte de o fazer. Porque é uma sorte e uma lição exemplar conhecer Buenos Aires, a capital argentina.
Buenos Aires é uma cidade que nos reconcilia com a condição urbana, que nos lembra que as cidades podem ser construídas para o serviço dos homens e que nos ensina que a dimensão e a beleza são conciliáveis, a monumentalidade e a escala humana podem conviver juntas, os serviços e o comércio podem-se conjugar de forma perfeita com o prazer e a arte de viver uma cidade. Ao contrário, por exemplo, do Rio de Janeiro, cujo enquadramento paisagístico natural não tem paralelo no mundo, Buenos Aires não dispõe de trunfos naturais: não tem costa marítima, nem um rio digno desse nome, não tem lagoas, nem enseadas nem montanhas, enquadrando-a. Não há um Cristo Redentor a quem dar graças por tanta fortuna. Aqui, tudo é obra dos homens e nada é acrescento divino. É uma cidade feita por homens e para os homens viverem. Por homens visionários e arrojados que ousaram pensar grande, que construíram a mais antiga e ainda hoje a maior e mais bonita ópera de todas as Américas - o Teatro Cólon, decorado com mármores de Carrara e de Estremoz -, que secaram pântanos para plantarem os mais fantásticos jardins públicos, que os semearam de uma profusão de estátuas de pedra e de bronze (tantas que, quando já não havia mais heróis nacionais para representar, foram dedicadas a Mozart ou a Verdi), que deitaram abaixo quarteirões inteiros para rasgarem algumas das mais largas avenidas do mundo (a 9 de Julho é mesmo a mais larga do planeta), que, de um canal vindo do Rio de La Plata - que outrora servia a cabotagem e de que a respectiva administração portuária, ao contrário do que sucede entre nós, abriu mão por completo a favor da cidade -, transformaram numas maravilhosas docas de pequenos edifícios de tijolo vermelho, ao serviço do comércio, dos bares e restaurantes e da marinha de recreio, em pleno coração da cidade.
Dizem os brasileiros, com a sua tradicional rivalidade com os argentinos, que eles são uma espécie de italianos que falam espanhol e gostariam de ser ingleses. Não perceberam como esta ironia presunçosa revela afinal um tributo: Buenos Aires e a Argentina foram construídas com o melhor de Itália, da Espanha, da França e da Inglaterra. Para Buenos Aires, os espanhóis trouxeram a história e a monumentalidade, os italianos o bom gosto e a arte de viver, os franceses a decoração e os ingleses os jardins e a paixão pelos cavalos. Por isso, na cidade convivem harmoniosamente os pequenos bairros populares antigos, território do tango e de uma certa rufiagem cativante, com os quarteirões de arranha-céus, sobrepostos por décadas sucessivas de arquitectura futurista, desde os anos 20 até à actualidade (foi a primeira cidade da América Latina a erguer um arranha-céus, a primeira a escavar um metropolitano, em...1910!). Convivem a zona tradicional de comércio da "Baixa" com a zona de serviços e escritórios, a zona de edifícios públicos em volta da Praça de Mayo e da Casa Rosada com as magníficas zonas residenciais, como Recolletos (sic, o Autor queia, certamente, escrever Recoleta), com a sua profusão de antiquários, galerias de arte, livrarias (abertas até à meia-noite!) e, em cada esquina, o seu café, que é um verdadeiro café, local de estar, de ver e de conversar, sem fórmicas, nem alumínios nem plásticos, mas sim móveis de madeira antiga, tampos e balcões de mármore, fotografias gastas pelo tempo, homenageando os antigos frequentadores, de Borges a Fangio, de Gardel a Péron (e, de cada vez que pedir uma simples "bica", saiba que ela vem sempre acompanhada por um copo de água com gelo, dois biscoitos e um guardanapo de papel espesso). Por isso também, em homenagem à influência inglesa, Buenos Aires tem ainda, não na periferia, mas em pleno centro, milhares de hectares de relvados e jardins públicos a perder de vista, com três hipódromos, dois estádios de pólo, "country clubs", campos de futebol, de básquete, de ténis, picadeiros e escolas de equitação, percursos pedonais, para cavalos e para ciclistas, jardins infantis e jardins japoneses, jardim zoológico e jardins para passear cães, marinas e até um aeroporto para voos internos em pleno centro. E todas estas zonas - a comercial, a de serviços, as residenciais e as de lazer - não funcionam por territórios estanques, mas sim interligados, integrados uns com os outros, de modo que não há zonas desertas ou abandonadas conforme os horários, antes uma cidade que é habitada, vivida e desfrutada na sua totalidade.
Coitados dos brasileiros e da sua dor de cotovelo: a verdade é que os argentinos estão décadas, se não séculos, à frente dos brasileiros, em termos de civilização, de cultura e de qualidade de vida, mesmo se em plena recessão económica. E coitados de nós, que ainda planeamos as cidades de acordo com os interesses dos construtores civis e as necessidade de receitas das câmaras e que temos uma capital onde o grande problema actual é a localização de um casino que se destina a financiar a recuperação de uns teatros de revista que ninguém irá frequentar, porque há cadáveres irrecuperáveis e ainda bem. Em Buenos Aires, pelo contrário, é quase impossível conseguir um bilhete para a ópera, os teatros estão cheios, as casas de tango estão cheias, os jardins estão cheios e milhares de pessoas acotovelam-se a um domingo à tarde para ver uma mostra de pintura contemporânea.
Porque a irrecusável verdade é esta: cada povo tem as cidades que merece. Os políticos argentinos não são melhores do que os nossos, pelo contrário, são bastante piores. Mas o povo é infinitamente mais culto, mais exigente e mais civilizado. Não esperaram pelo Estado para se educarem, para aprenderem e para saberem fazer e exigir. E, se não podem exigir bons governos e bons políticos, podem e exigem bons cafés, bons serviços, boas lojas, boas livrarias, bons teatros. Em Buenos Aires um motorista de táxi pode-se comportar como um verdadeiro "John, 'chauffeur' russo", saindo para abrir a porta de trás às senhoras, pode esperar uma hora sem se lamentar e de taxímetro desligado (!), pode-nos ir apontando a dedo todas as influências arquitectónicas europeias nos edifícios da cidade, pode dissertar sobre a história, a política ou a economia do país e até falar-nos dos livros de Saramago. Em Buenos Aires, um "barman" pode decidir espontaneamente oferecer-nos uma bebida, só porque simpatizou com o nosso "sentido de humor", um livreiro pode ficar sinceramente abalado, se não encontramos o livro que procurávamos e dispor-se a telefonar para outra livraria para saber se o têm, um empregado de mesa pode-se confundir com um cantor de tango e um cantor de tango com um grande de Espanha arruinado. Povos assim constroem cidades assim. Vastas, largas, onde tudo é humano e, todavia, o horizonte desmedido."
B.A.
Às vezes pergunto-me porque gosto tanto de Buenos Aires (BA) e chego à conclusão de que pura e simplesmente não sei responder.
Foi uma cidade a que cheguei e logo a achei estranha. A primeira impressão foi a dos contentores cheios de lixo. Mas logo acreditei que era assim porque estavamos num domingo. Depois um pequeno reconhecimento pelo centro; numa esquina havia uma carripana com um gramofone a passar um sonoro Tango. Estranho? Então o Tango não é a música tradicional de BA? Passada a falta de hábito (se calhar não ando tanto assim pelo centro de Lisboa, onde talvez seja normal ouvir-se música popular pelas ruas – primeira de muitas comparações com Lisboa, a minha cidade.), este foi um sinal incial de que esta era uma cidade com vida e com um ambiente pitoresco e ao mesmo tempo melancólico que nos faz sentir em casa.
Os cafés e confiterias (aconselho o La Biela, mais descontraído, e o Tortoni, mais para os “cotas”, mas imperdível pela sua atmosfera histórico-literária) estavam sempre cheios de pessoas que ora tomavam qualquer coisa ora liam descansadamente o jornal. Conclusão: o café como local para se estar demoradamente, sem empregados em cima de nós a despacharem-nos mal vêem que acabámos de dar a última dentada no pastel de nata – primeira grande diferença entre as duas cidades.
Segunda grande diferença: os parques da cidade estão igualmente apinhados de porteños que, ora apanham sol, ora jogam, ora lêem, ora montam a sua tenda para venda de quaisquer objectos ou pura e simplesmente convivem. BA é uma cidade enorme, cosmopolita, onde há lugar não só para os grandes edifícios como também para os diversos parques no meio dos vários bairros. De todos os bairros, a Recoleta é talvez o mais agradável para se passear, com as suas praças plenas de espaços verdes, cafés e restaurantes charmosos, comércio e centros culturais. Esta é uma BA mais moderna, na qual muitas vezes nos perguntamos se estamos mesmo na América Latina ou antes numa cidade europeia. No entanto, nem no nosso continente encontramos uma cidade assim, única.
Existe outra BA, talvez a mais reconhecida, a popular, que na minha opinião se aproxima mais de Lisboa. Lisboa tem o Fado e Alfama e Mouraria, BA tem o Tango e San Telmo e La Boca. San Telmo é um bairro onde os artistas têm os seus estúdios e é conhecido por acolher a Feira do mesmo nome que tem lugar na Praça Dorrego todos os domingos, sendo possível aí encontrar artesanato. É aqui que se encontram as melhores casas de Tango da cidade. Por seu lado, La Boca é certamente o bairro mais colorido de BA, com algumas das suas casas feitas de zinco e de outros materiais de barcos abandonados utilizados pelos imigrantes italianos que ali aportaram. Estas características são bem visíveis na rua pedonal Caminito, um monumento a céu aberto desta cultura decorativa. Por estes bairros, bem como em Avellaneda, do outro lado do canal Riachuelo, encontram-se várias cantinas com um ambiente ruidoso tipicamente porteño, em contraste com os restaurantes mais tranquilos do centro de BA. Bem tentámos (as manas) ir a uma dessas cantinas recomendadas para os lados da rua Necochea, só que... bom, o taxista que nos calhou pura e simplesmente não sabia onde era. Mas tentou, perguntou aos transeuntes, perguntou a quem calhou, olhou para o nosso mapa, e nada. Não desistiu, deu montes de voltas até que achámos que a busca era suficiente. Preço da viagem? Ora “nenas” é lógico que não é nada. Pois, normal.
Parecida com Lisboa?
Foi uma cidade a que cheguei e logo a achei estranha. A primeira impressão foi a dos contentores cheios de lixo. Mas logo acreditei que era assim porque estavamos num domingo. Depois um pequeno reconhecimento pelo centro; numa esquina havia uma carripana com um gramofone a passar um sonoro Tango. Estranho? Então o Tango não é a música tradicional de BA? Passada a falta de hábito (se calhar não ando tanto assim pelo centro de Lisboa, onde talvez seja normal ouvir-se música popular pelas ruas – primeira de muitas comparações com Lisboa, a minha cidade.), este foi um sinal incial de que esta era uma cidade com vida e com um ambiente pitoresco e ao mesmo tempo melancólico que nos faz sentir em casa.
Os cafés e confiterias (aconselho o La Biela, mais descontraído, e o Tortoni, mais para os “cotas”, mas imperdível pela sua atmosfera histórico-literária) estavam sempre cheios de pessoas que ora tomavam qualquer coisa ora liam descansadamente o jornal. Conclusão: o café como local para se estar demoradamente, sem empregados em cima de nós a despacharem-nos mal vêem que acabámos de dar a última dentada no pastel de nata – primeira grande diferença entre as duas cidades.
Segunda grande diferença: os parques da cidade estão igualmente apinhados de porteños que, ora apanham sol, ora jogam, ora lêem, ora montam a sua tenda para venda de quaisquer objectos ou pura e simplesmente convivem. BA é uma cidade enorme, cosmopolita, onde há lugar não só para os grandes edifícios como também para os diversos parques no meio dos vários bairros. De todos os bairros, a Recoleta é talvez o mais agradável para se passear, com as suas praças plenas de espaços verdes, cafés e restaurantes charmosos, comércio e centros culturais. Esta é uma BA mais moderna, na qual muitas vezes nos perguntamos se estamos mesmo na América Latina ou antes numa cidade europeia. No entanto, nem no nosso continente encontramos uma cidade assim, única.
Existe outra BA, talvez a mais reconhecida, a popular, que na minha opinião se aproxima mais de Lisboa. Lisboa tem o Fado e Alfama e Mouraria, BA tem o Tango e San Telmo e La Boca. San Telmo é um bairro onde os artistas têm os seus estúdios e é conhecido por acolher a Feira do mesmo nome que tem lugar na Praça Dorrego todos os domingos, sendo possível aí encontrar artesanato. É aqui que se encontram as melhores casas de Tango da cidade. Por seu lado, La Boca é certamente o bairro mais colorido de BA, com algumas das suas casas feitas de zinco e de outros materiais de barcos abandonados utilizados pelos imigrantes italianos que ali aportaram. Estas características são bem visíveis na rua pedonal Caminito, um monumento a céu aberto desta cultura decorativa. Por estes bairros, bem como em Avellaneda, do outro lado do canal Riachuelo, encontram-se várias cantinas com um ambiente ruidoso tipicamente porteño, em contraste com os restaurantes mais tranquilos do centro de BA. Bem tentámos (as manas) ir a uma dessas cantinas recomendadas para os lados da rua Necochea, só que... bom, o taxista que nos calhou pura e simplesmente não sabia onde era. Mas tentou, perguntou aos transeuntes, perguntou a quem calhou, olhou para o nosso mapa, e nada. Não desistiu, deu montes de voltas até que achámos que a busca era suficiente. Preço da viagem? Ora “nenas” é lógico que não é nada. Pois, normal.
Parecida com Lisboa?
domingo, dezembro 19, 2004
Patagónia em filme
Por ocasião da Mostra de Cinema Argentino que passou faz um ano no Cinema King, tivemos o privilégio de assistir ao "Histórias Mínimas", de Carlos Sorin.
Este filme ternurento mostra-nos a viagem de três personagens em busca das suas ilusões pelos caminhos intermináveis da solitária Patagónia. Ou melhor, por parte da província de Santa Cruz. É a história de Don Justo (um velhote de de 80 anos), de um caixeiro viajante e de uma senhora que vai receber um prémio que ganhou num sorteio de um programa de televisão. A que mais me marcou foi a de Don Justo, que percorre cerca de 400km, a pé e à boleia, em busca do seu cão Malacara por considerar que não foi correcto com ele e que por isso este teria fugido, o que o atormenta. Há em todo o filme o retrato da enorme solidariedade que se vive por aquelas bandas tão desoladas, mas que nem por isso afastam as pessoas de irem em busca dos seus sonhos.
É um filme despretencioso e simples, "mínimo".
Este filme ternurento mostra-nos a viagem de três personagens em busca das suas ilusões pelos caminhos intermináveis da solitária Patagónia. Ou melhor, por parte da província de Santa Cruz. É a história de Don Justo (um velhote de de 80 anos), de um caixeiro viajante e de uma senhora que vai receber um prémio que ganhou num sorteio de um programa de televisão. A que mais me marcou foi a de Don Justo, que percorre cerca de 400km, a pé e à boleia, em busca do seu cão Malacara por considerar que não foi correcto com ele e que por isso este teria fugido, o que o atormenta. Há em todo o filme o retrato da enorme solidariedade que se vive por aquelas bandas tão desoladas, mas que nem por isso afastam as pessoas de irem em busca dos seus sonhos.
É um filme despretencioso e simples, "mínimo".
sábado, dezembro 18, 2004
Torres del Paine
O Parque Nacional Torres del Paine. Infelizmente não tivemos sorte com o tempo, o que, aliás, não é difícil de acontecer por aquelas bandas, uma vez que o clima muda constantemente. Mesmo assim... valeu bem a pena.
O nome do Parque vem das suas mais que deslumbrantes formações rochosas, também conhecidas como Cuernos del Paine, as quais têm entre 2200 e 2850 metros (ainda que o Monte Paine, o maior maciço do Parque esteja a 3050 metros acima do mar). É considerado como um dos melhores lugares do mundo para fazer trekking, sendo que a caminhada por todo o circuito do Paine levará 6 a 8 dias. Isto, claro, se houver tempo para tanto. O Parque dispõe de todas as infra-estruturas necessárias, com vários refugios, e é igualmente permitido acampar em determinados locais.
Se só houver um dia para a visita, como foi o caso, vê-se o que se pode e sonha-se com o dia em que se voltará com mais tempo para explorar todo aquele exagero de natureza em estado bruto. Mas não se vê pouco: lagos de cor turquesa, cascatas, glaciares e uma abundante fauna. Do Lago Grey pode observar-se blocos de gelo que se desprenderam do glaciar do mesmo nome.
Aqui, e mais uma vez como na maior parte da Patagónia, sente-se a enormidade do silêncio e a solidão da natureza.
O nome do Parque vem das suas mais que deslumbrantes formações rochosas, também conhecidas como Cuernos del Paine, as quais têm entre 2200 e 2850 metros (ainda que o Monte Paine, o maior maciço do Parque esteja a 3050 metros acima do mar). É considerado como um dos melhores lugares do mundo para fazer trekking, sendo que a caminhada por todo o circuito do Paine levará 6 a 8 dias. Isto, claro, se houver tempo para tanto. O Parque dispõe de todas as infra-estruturas necessárias, com vários refugios, e é igualmente permitido acampar em determinados locais.
Se só houver um dia para a visita, como foi o caso, vê-se o que se pode e sonha-se com o dia em que se voltará com mais tempo para explorar todo aquele exagero de natureza em estado bruto. Mas não se vê pouco: lagos de cor turquesa, cascatas, glaciares e uma abundante fauna. Do Lago Grey pode observar-se blocos de gelo que se desprenderam do glaciar do mesmo nome.
Aqui, e mais uma vez como na maior parte da Patagónia, sente-se a enormidade do silêncio e a solidão da natureza.
quinta-feira, dezembro 16, 2004
Percorrer, contemplar, descobrir
Percorrer, atravessar, deambular, contemplar, descobrir os Andes é, numa única palavra, soberbo.
Podemos fazé-lo das mais diversas formas. Porém, para contemplar existe uma que, pelas suas características, pode ser verdadeiramente arrebatadora. Refiro-me a sobrevoar os Andes. Percorrer longitudinalmente a espinha dorsal da América do Sul.
O que à partida parecia ser mais um voo aborrecido e um meio para atingir um fim (literalmente, porque o objectivo era chegar a Punta Arenas, que fica no fim do mundo. Ou será o início? ), transformou-se numa experiência magnífica e esclarecedora da geografia maravilhosa deste pedaço do nosso planeta.
Devem-se ter conjugado os astros, pois o resultado foi extraordinário. Aliado às condições meteorológicas perfeitas, ainda tivemos a sorte de irmos no lado certo do avião (esquerdo, se não me engano). Depois... Depois, foi só contemplar e disfrutar da maravilhosa paisagem. As pérolas que ficam entre Santiago do Chile e Punta Arenas foram todas avistadas. Os diversos vulcões (Puyehue, Osorno). A Laguna de San Rafael. Os glaciares. Os picos nevados. Os picos mais emblemáticos, como as Torres del Paine.
Obviamente que o voo oferece-nos sobretudo uma panorâmica, uma visão superficial. Não ficamos a conhecer verdadeiramente os lugares. No entanto, a paisagem é tão avassaladora que tudo o resto é que se torna superficial.
Podemos fazé-lo das mais diversas formas. Porém, para contemplar existe uma que, pelas suas características, pode ser verdadeiramente arrebatadora. Refiro-me a sobrevoar os Andes. Percorrer longitudinalmente a espinha dorsal da América do Sul.
O que à partida parecia ser mais um voo aborrecido e um meio para atingir um fim (literalmente, porque o objectivo era chegar a Punta Arenas, que fica no fim do mundo. Ou será o início? ), transformou-se numa experiência magnífica e esclarecedora da geografia maravilhosa deste pedaço do nosso planeta.
Devem-se ter conjugado os astros, pois o resultado foi extraordinário. Aliado às condições meteorológicas perfeitas, ainda tivemos a sorte de irmos no lado certo do avião (esquerdo, se não me engano). Depois... Depois, foi só contemplar e disfrutar da maravilhosa paisagem. As pérolas que ficam entre Santiago do Chile e Punta Arenas foram todas avistadas. Os diversos vulcões (Puyehue, Osorno). A Laguna de San Rafael. Os glaciares. Os picos nevados. Os picos mais emblemáticos, como as Torres del Paine.
Obviamente que o voo oferece-nos sobretudo uma panorâmica, uma visão superficial. Não ficamos a conhecer verdadeiramente os lugares. No entanto, a paisagem é tão avassaladora que tudo o resto é que se torna superficial.
quinta-feira, dezembro 09, 2004
"Férias de Sonho"
5.ª feira é dia de Revista Visão.
E não é que, passe a pretensão, parece que a Visão andou a retirar ideias aqui do nosso blogue? É só ver a capa
Sem dúvida que é uma óptima sugestão.
E não é que, passe a pretensão, parece que a Visão andou a retirar ideias aqui do nosso blogue? É só ver a capa
Sem dúvida que é uma óptima sugestão.
segunda-feira, dezembro 06, 2004
Yo Vengo A Ofrecer Mi Corazón
Quién dijo que todo está perdido
Yo vengo a ofrecer mi corazón
Tanta sangre que se llevó el río
Yo vengo a ofrecer mi corazón
No será tan fácil, ya sé que pasa
No será tan simple como pensaba
Como abrir el pecho y sacar el alma
Una cuchillada del amor
Luna de los pobres siempre abierta
Yo vengo a ofrecer mi corazón
Como un documento inalterable
Yo vengo a ofrecer mi corazón
Y uniré las puntas de un mismo lazo
Y me iré tranquilo me iré despacio
Y te daré todo, y me darás algo
Algo que me alivie un poco más
Cuando mo haya nadie cerca o lejos
Yo vengo a ofrecer mi corazón
Cuando los satélites no acancen
Yo vengo a ofrecer mi corazón
Y hablo de países y de esperanza
Hablo por la vida, hablo por la nada
Hablo de cambiar ésta, nuestra casa
De cambiar por cambiarla no más
Quién dijo que todo está perdido
Yo vengo a ofrecer mi corazón
de Fito Páez
Yo vengo a ofrecer mi corazón
Tanta sangre que se llevó el río
Yo vengo a ofrecer mi corazón
No será tan fácil, ya sé que pasa
No será tan simple como pensaba
Como abrir el pecho y sacar el alma
Una cuchillada del amor
Luna de los pobres siempre abierta
Yo vengo a ofrecer mi corazón
Como un documento inalterable
Yo vengo a ofrecer mi corazón
Y uniré las puntas de un mismo lazo
Y me iré tranquilo me iré despacio
Y te daré todo, y me darás algo
Algo que me alivie un poco más
Cuando mo haya nadie cerca o lejos
Yo vengo a ofrecer mi corazón
Cuando los satélites no acancen
Yo vengo a ofrecer mi corazón
Y hablo de países y de esperanza
Hablo por la vida, hablo por la nada
Hablo de cambiar ésta, nuestra casa
De cambiar por cambiarla no más
Quién dijo que todo está perdido
Yo vengo a ofrecer mi corazón
de Fito Páez
Fauna Andina - Condor
O Condor Andino é um dos símbolos dos Andes e é a maior ave do mundo. Chega a atingir 12 Kg e 3 metros de envergadura (ponta a ponta das asas abertas), como tal é incrivelmente imponente. Devido a ter as asas tão grandes consegue planar muito tempo, procurando com a vista aguçada os animais mortos de que se alimenta.
Fauna Andina - Lhamas
Domesticadas há séculos pelos incas, as lhamas foram os primeiros animais de carga dos Andes. São reconhecidas 3 espécies do género lhama: a lhama, a alpaca, e o guanaco. Ambos são animais fortes que suportam facilmente pesos elevados (60 kg) mesmo em terreno de topografia acidentada, como é o caso dos Andes. Ainda hoje, a população andina os usa para esse fim, bem como a sua lã, couro e carne.
São em termos gerais animais de fácil manejo e dóceis, contudo, quando maltratados, replicam às agressões dirigindo uma belíssima e volumosa cuspidela nos surpresos agressores.
São em termos gerais animais de fácil manejo e dóceis, contudo, quando maltratados, replicam às agressões dirigindo uma belíssima e volumosa cuspidela nos surpresos agressores.
sábado, dezembro 04, 2004
Puerto Natales - partida para os fiordes e glaciares
Chegada a Puerto Natales, a cidade mais próxima das Torres del Paine e ponto de partida para explorar o Parque: montanhas e mais montanhas de puerto natalinos a “oferecer” alojamento – particular – aos viajantes. A cidade, em si, não tem grandes atractivos para além daqueles de um pequeno povoado bastante hospitaleiro, mas tem boas infra-estruturas turísticas. É no entanto inesquecível pela natureza que a envolve. Desde logo, o Seno (Fiorde) Ultima Esperanza, os Glaciares Balmaceda e Serrano com os Cuernos del Paine a avistarem-se ao fundo. E, num outro plano, a Cueva del Milodon, a qual serviu de inspiração a Bruce Chatwin para o livro In Patagonia.
Após um dia belíssimo de navegação no Fiorde tocou-nos um dia feíssimo rumo ao Parque Nacional Torres del Paine (cerca de 2 a 3 horas de viagem desde Puerto Natales). O tempo na Patagónia é assim, não se pode contar muito com ele.
Após um dia belíssimo de navegação no Fiorde tocou-nos um dia feíssimo rumo ao Parque Nacional Torres del Paine (cerca de 2 a 3 horas de viagem desde Puerto Natales). O tempo na Patagónia é assim, não se pode contar muito com ele.
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