Depois de
bem instalados e melhor recebidos no hotel Vangsavang, fora do centro, mas a
uma curta pedalada nas bicicletas fornecidas gratuitamente pelo hotel, fomos
ver o pôr-do-sol desde o Monte Phu Si
na companhia da stupa que o encima. Subindo de um lado encontramos um templo,
descendo do outro uma série de Budas. Mas a viagem
vale pela paisagem altaneira de toda a Luang Prabang e da parte do Mekong que
lhe cabe, bem como do seu afluente Nam Khan. A vegetação a tentar escapar das águas
barrentas dos rios citados é esmagadora e bem enquadrada
pelo relevo dos montes que a envolvem. Sorte que havia mesmo um pouco de sol e
pudemos ver as cores mudarem, deixando o cenário
ainda mais belo.
Luang
Prabang começa cedo a sua vida. Pelas 6 da
manhã, todos os dias, os monges,
devidamente vestidos com as cores de açafrão, pés descalços, seguem em procissão pelas ruas da cidade pedindo
almas, ou seja, colectando arroz e outros daqueles cidadãos que se instalam nessas mesmas ruas para lhes oferecerem
isso e, assim, ganharem algum mérito na cadeia budista. É uma cerimónia que acontece em muitos
outros locais no Laos, mas aqui em Luang Prabang parece fazer mais e mais
sentido, pela aura da cidade e pelo tom silencioso e cerimonioso que todos lhe
conferem.
A cidade é dominada pelos monges e pelos inúmeros wats que por lá pululam. São tantos que mesmo que se dite que já se está farto de wats é impossível não esbarrar com mais um e mais um e mais um.
Quanto ao mais, o forte de Luang Prabang é caminhar pelas suas ruas, compostas de lojinhas de artesanato, cafetarias de bom gosto e hotéis de charme. Um passeio de bicicleta é muito recomendado. Torna o deambular pelas margens do Mekong muito agradável e permite-nos fugir do centro da cidade e entrar num mundo mais confuso e real, feito de locais e sem turistas. Ao fim da tarde, a entrar pela noite curta, é incontornável deambular pela feira que todos os dias assenta arraiais nas ruas de Luang Prabang. Tem algum artesanato interessante, mas a sensação com que se fica é que é quase tudo a mesma coisa e a coisa virá na sua maioria da China.
Qualquer
visita a Luang Prabang não ficará completa sem um passeio de barco pelo Mekong. Pode
fazer-se como os franceses o faziam, ir de barco da então Saigão até Luang Prabang. Sem ter tantos dias para se gastar, deve
ser bastante fazê-lo apenas desde Vientiane.
Mais modestos, ficámo-nos por um passeio até umas caves sem história, 2 horas para lá, menos para cá, com direito a colocar as mãozinhas na água salgada do Mekong e
brincarmos de nos salpicar uns aos outros. Faltou-nos a coragem ou a
necessidade do nosso Camões, que uns (muitos) quilómetros mais abaixo pelas suas águas nadou.