A história do século XX da Alemanha fez-se de aberrações. Várias. Demais.
Primeiro o grotesco, aterrador e desumano regime nazi de Hitler, o qual conduziu ao posterior envolvimento directo da Alemanha na 2ª Guerra Mundial.
Na sequência da 2ª Guerra Mundial deu-se a divisão da Alemanha em dois países, a República Democrática Alemã (RDA), a oriente, e a República Federal Alemã (RFA), a ocidente.
Berlim também foi dividida em duas: Berlim oriental, pertença da RDA e sob controlo soviético e Berlim ocidental, da RFA e sob o jugo dos americanos, franceses e britânicos. A cidade passou assim a estar dividida em quatro sectores (soviético, americano, francês e britânico).
Na sequência destas divisões surgiu o Muro de Berlim. Uma das muitas aberrações da humanidade. Não existem razões nem desculpas para tal ideia abstrusa. Ainda mais o tempo que durou. 28 anos. Longos e dolorosos 28 anos. De 1961 a 1989. Quase três décadas de controlo ditatorial feito pela Stasi, a polícia política do regime comunista liderado pelo SED.
Parte do muro na área de Potzdamer Platz
Não dá para entender e aceitar como a mente humana pode ser tão cruel. É inadmissível como a fraqueza e o medo de perder o controle de alguns, comprometeu irremediavelmente a vida de tantos.
A Berlim actual, urbanística e também turística, é um produto dessa situação histórica. Urbanisticamente, houve áreas, primeiro, destruídas pelos bombardeamentos da guerra e, outras, que foram impedidas de se desenvolverem naturalmente, por serem percorridas pelo Muro ou por estarem nas imediações do mesmo. Potsdamer Platz é o exemplo maior disso.
Turisticamente por alguns dos símbolos do horror do passado serem actualmente elementos turísticos da cidade (Muro, Museu Judaico, Reichtag, entre outros).
Vamos percorrer a Berlim do presente, a qual se dirige ao futuro sem esquecer o passado.