No dia da minha visita a Castelo Rodrigo iria realizar-se pela noite o concurso das 7 aldeias maravilha de Portugal e Castelo Rodrigo estava entre as finalistas na categoria “aldeias autênticas”. Orgulhosos, os locais exibiam as suas t-shirts apelando ao voto na sua aldeia. Demos todos sorte: Castelo Rodrigo ganhou (desculpa lá, Podence, fui visitar-te com uns dias de atraso).
E só podem estar orgulhosos pelo trabalho de restauro e preservação que tem vindo a trazer uma nova vida à vila nos últimos tempos, muito por obra da dinâmica do turismo rural.
Instalada no topo de um cabeço, a vila de Castelo Rodrigo possui muralha desde o tempo de D. Dinis, que conquistou a terra e a mandou reforçar (com trabalhos posteriores no tempo de D Manuel I, que nos deu a configuração actual). Castelo Rodrigo veio a ser integrada no reino de Portugal em 1297 pelo Tratado de Alcanizes, como todas as terras de Riba-Côa e, mais tarde, foi cenário de um dos acontecimentos chave das guerras da Restauração. Pergaminhos na história de Portugal não lhe faltam. Mas, curiosamente, o seu topónimo é o mesmo da vizinha cidade espanhola (Ciudad Rodrigo) e evoca a memória do campeador Rodrigo Diaz de Bivar, “El Cid”, herói lendário da Reconquista.
Povoado pequeno, a visita ao seu castelo em ruínas oferece-nos um ambiente místico, num claro contraste com a alegria da decoração das ruas e casas em pedra de ar barroco.