Bolivia Cumpre!
Em viagem, de férias, se tudo corre bem e se nos sentimos em casa em país estrangeiro, muito pouca vontade há em voltar. Foi o caso. Duas semanas passam num instante em qualquer local e momento, mais ainda se for num país como a Bolívia e se à volta nos espera o trabalho logo no dia seguinte.
À chegada ao aeroporto reparei que trazia a chave do hotel no bolso do blusão. Nunca tal me havia sucedido – devia ser um aviso. Na fila para o check-in a funcionária da Lan Chile fez-nos uma proposta verdadeiramente indecente – dava-nos 300 dólares para seguirmos viagem só daí a dois dias (dinheiro suficiente para 2 pessoas passaram aqui 1 semana em grande). Muito a custo me contive, para o que muito contribuiu o facto de, ao fim de largos anos, no princípio do mês de Setembro ter iniciado a minha vida como assalariada com contrato sem termo. Uma frustração incrível para quem há tantas viagens sonhava com o momento em que seria paga para aceitar ficar overbooking.
O itinerário da volta foi tão curioso como o da vinda: La Paz – Iquique – Santiago – Madrid – Lisboa.
Aliás, só à chegada ao aeroporto de El Alto é que nos apercebemos que não iríamos directamente para Santiago mas faríamos antes uma paragem em Iquique.
Tanto melhor.
A viagem La Paz – Iquique é curta e, por isso, o avião voa a baixa altitude. Melhor dizendo, a diferença entre o avião e o solo é curta, o que acontece é que este último toma altitudes tão elevadas que quase parece querer alcançar o avião. Assim, assistimos de um lugar privilegiado a mais um desfilar de paisagens de tirar o fôlego – salares, montanhas, vulcões e, à medida que nos íamos aproximando de Iquique, uma novidade… um cheirinho a deserto de Atacama. Uma peculiar formação geográfica por aqui faz com que as elevações passem a ser estreitíssimas e acabem abruptamente a poucos metros das águas do mar. Como que uma barreira dividindo os Andes do Pacifico.
De Iquique a Santiago a viagem é um pouco mais longa. No entanto, a aproximação à capital do Chile é outro momento inesquecível. Em 1998 havíamos aterrado e levantado voo algumas vezes em Santiago e então pela primeira vez pudemos assistir e sentir o panorama de parte da extensa Cordilheira dos Andes desde cá de cima. Desta vez voltámos a ter sorte com o visual das montanhas nevadas que marcam a paisagem da grande cidade.
De volta a Madrid e, depois, a Lisboa, o cansaço era total. Mas o deslumbre não tinha ainda terminado.
O cenário da aproximação à nossa cidade, esse, sempre maravilhoso, faz com que qualquer olhar se torne milagrosamente vivo e atento no jogo do reconhecimento das imagens dos locais que nos acompanham no nosso dia a dia.
Enfim… a eterna contradição – não querer deixar o lugar de onde se volta mas querer sempre voltar.
Em viagem, de férias, se tudo corre bem e se nos sentimos em casa em país estrangeiro, muito pouca vontade há em voltar. Foi o caso. Duas semanas passam num instante em qualquer local e momento, mais ainda se for num país como a Bolívia e se à volta nos espera o trabalho logo no dia seguinte.
À chegada ao aeroporto reparei que trazia a chave do hotel no bolso do blusão. Nunca tal me havia sucedido – devia ser um aviso. Na fila para o check-in a funcionária da Lan Chile fez-nos uma proposta verdadeiramente indecente – dava-nos 300 dólares para seguirmos viagem só daí a dois dias (dinheiro suficiente para 2 pessoas passaram aqui 1 semana em grande). Muito a custo me contive, para o que muito contribuiu o facto de, ao fim de largos anos, no princípio do mês de Setembro ter iniciado a minha vida como assalariada com contrato sem termo. Uma frustração incrível para quem há tantas viagens sonhava com o momento em que seria paga para aceitar ficar overbooking.
O itinerário da volta foi tão curioso como o da vinda: La Paz – Iquique – Santiago – Madrid – Lisboa.
Aliás, só à chegada ao aeroporto de El Alto é que nos apercebemos que não iríamos directamente para Santiago mas faríamos antes uma paragem em Iquique.
Tanto melhor.
A viagem La Paz – Iquique é curta e, por isso, o avião voa a baixa altitude. Melhor dizendo, a diferença entre o avião e o solo é curta, o que acontece é que este último toma altitudes tão elevadas que quase parece querer alcançar o avião. Assim, assistimos de um lugar privilegiado a mais um desfilar de paisagens de tirar o fôlego – salares, montanhas, vulcões e, à medida que nos íamos aproximando de Iquique, uma novidade… um cheirinho a deserto de Atacama. Uma peculiar formação geográfica por aqui faz com que as elevações passem a ser estreitíssimas e acabem abruptamente a poucos metros das águas do mar. Como que uma barreira dividindo os Andes do Pacifico.
De Iquique a Santiago a viagem é um pouco mais longa. No entanto, a aproximação à capital do Chile é outro momento inesquecível. Em 1998 havíamos aterrado e levantado voo algumas vezes em Santiago e então pela primeira vez pudemos assistir e sentir o panorama de parte da extensa Cordilheira dos Andes desde cá de cima. Desta vez voltámos a ter sorte com o visual das montanhas nevadas que marcam a paisagem da grande cidade.
De volta a Madrid e, depois, a Lisboa, o cansaço era total. Mas o deslumbre não tinha ainda terminado.
O cenário da aproximação à nossa cidade, esse, sempre maravilhoso, faz com que qualquer olhar se torne milagrosamente vivo e atento no jogo do reconhecimento das imagens dos locais que nos acompanham no nosso dia a dia.
Enfim… a eterna contradição – não querer deixar o lugar de onde se volta mas querer sempre voltar.