O autor designa Tóquio como "a mais bonita das cidades feias".
Tendo acompanhado a sua mulher, que arranjara um emprego em Tóquio, ao francês não restava muito mais para ocupar os seus dias se não pegar na bicicleta e sair a desenhar a cidade, oferecendo-nos, em consequência, uma visão muito particular e específica de aspectos que não vêm nos guias de viagem.
O seu traço é muito apelativo. O olhar atento. As histórias cativantes.
Inesquecível a forma como introduz cada um dos bairros: apresentando o desenho de uma esquadra de polícia, "koban", onde os funcionários, ou seja, os policias, não parecem ter outro trabalho na mais do que segura capital do Japão a não ser falar com crianças, regar plantas, dar comida aos gatos, encher o pneu da bicicleta à senhora, tirar fotos com turistas ou, simplesmente, posar a rir, bonacheirões, para o desenho de Florent.